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26 dezembro 2014

O último post do ano

Sparkle

Eu estava um pouco relutante em fazer um post-retrospectiva por n motivos, mas me obriguei a fazê-lo porque me falta inspiração para escrever outro tipo de texto e não quero que o último post do ano seja aquele que eu escrevi sem saber que seria o último. Não gosto de "últimas vezes" sem saber que são últimas vezes. 

Enfim, cá estou eu tentando resumir o ano que durou 12 meses - mas que podem ter sido 36 que passaram voando - tentando não parecer piegas, nem matar vocês de tédio. Espero que esse seja um bom último texto porque só assim posso finalizar o ano melhor do que comecei.

2014 está terminando, em números, com 79 filmes assistidos, 15 livros lidos, 5 séries acompanhadas, 61 posts escritos (contando com esse aqui) e 9 vídeos postados, além dos inúmeros minutos de músicas ouvidas, das milhares de fotos tiradas, lágrimas derramadas e sorrisos espalhados - incluindo nessa contagem os momentos-desespero dos 2 finais de semestre com seu posterior alívio por ter passado, ao todo, nas 12 matérias que cursei ao longo do ano. 

Parando pra olhar pra trás, posso dizer que esse ano foi um verdadeiro furacão. Minha vida virou de cabeça pra baixo, eu me virei do avesso e, como disse Caio Fernando, descobri que esse era o meu lado certo. 

Pessoas que nunca me imaginei vivendo sem foram embora, deixando espaços vazios que foram ocupados por pessoas maravilhosas que conheci ao longo desse ano, além de todas as pessoas que reencontrei por aí e voltaram para a minha rotina. Tudo isso só me fez perceber e reforçar minha crença de que tudo tem um porquê, nada acontece por acaso. 

Em 2014 ouvi coisas que não gostaria de ter ouvido, disse coisas que não gostaria de ter dito, mas no fim das contas ouvi e disse muito mais coisas boas do que ruins. Aprendi muito, cresci muito, escrevi muito e aproveitei intensamente cada minuto. Tive muitos momentos ruins e agradeço por eles, pois só assim pude reconhecer e dar mais valor pros momentos bons. 

Me despeço de dois mil e catorze com um sorriso no rosto e com uma sensação de dever cumprido. Espero começar 2015 com o pé direito, utilizando tudo de bom que aprendi durante esse ano para ser cada dia melhor e fazer o Ano Novo melhor. Não quero cair de cabeça em 2015 como uma folha em branco. Não quero começar do zero. Quero levar comigo tudo o que for útil, só deixar pra trás o que não serve, e começar o ano que vem com tudo de melhor que eu conseguir carregar. 

A gente se vê por aí,
até 2015!

16 dezembro 2014

Hiatus Sucks

Stylowi.pl - Odkrywaj, kolekcjonuj, inspiruj

The Vampire Diaries foi a primeira série que eu comecei assistir desde sua primeira temporada e continuo acompanhando até hoje. Foi a primeira série contemporânea pela qual estabeleci um laço. Já tive meus altos e baixos, é claro, (aqueles momentos de fã enlouquecida, principalmente no começo, lá em 2009, e momentos de "hiatus" forçado - por estar um pouco cansada da trama ou por estar com vontade de mandar a Julie Plec enfiar seu casal Stelena bem lá onde o sol não brilha), mas o caso é que eu sempre volto a assistir. Por mais que me atrase alguns episódios, às vezes, cá estou eu, firme e forte, atravessando a sexta temporada com a cabeça erguida. 

De lá pra cá, nunca senti realmente necessidade de escrever sobre TVD - exceto nos posts que cito o Damon, claro, que não pode passar despercebido. O caso é que a sexta temporada está tão heartbreaker que eu preciso compartilhar meus sentimentos com alguém. 

Se você não assiste TVD, seja pelos motivos que for, eu peço que reconsidere. Muita gente compara com Crepúsculo e até mesmo com Drácula, igualando a série ao primeiro filme e considerando-a uma ofensa à segunda história. O que muita gente não percebe é que apesar do plano de fundo ser o sobrenatural, os vampiros, bruxas e criaturas mágicas, o mais bacana da série é perceber a evolução dos personagens e suas descobertas comuns, humanas. E é por isso que eu vou contar um pouco da história pra quem não conhece e falar sobre meus personagens preferidos, na esperança de alguém vir conversar comigo sobre eles, PORQUE ESSE HIATUS VAI ME MATAR, SOCORRO. 


No começo da série nós temos um Damon Salvatore totalmente maligno, bad boy, que destrói tudo o que toca, que não pode ver ninguém feliz e já quer cortar o barato. Um personagem detestável - que só não era totalmente odiado porque tinha suas tiradas irônicas maravilhosas e esse sorriso que dispensa comentários. 

Thє ναмpırє Dıαrıєs. | via Facebook

Ao mesmo tempo que conhecemos o lado negro da força, temos também o Stefan, que é todo bonzinho, que não mata pessoas (se alimenta de sangue de coelhos E EU NUNCA VOU SUPERAR ISSO), que só quer viver uma vida comum e blábláblá. Por vezes chegamos a nos perguntar o que é que Tefinho fez de tão ruim pra merecer um irmão tão bad. Porque de todos os lugares do mundo o Damon resolve aparecer justamente em Mystic Falls pra perturbar a paz do irmão. E no fim das contas nós descobrimos. O passado do Stefan não é tão claro quando parece. E o Damon não é tão ruim quanto demonstra... 

Untitled

E então, ao longo da série, nós vamos percebendo que a série trata muito mais dos dramas existenciais do que dos ataques sobrenaturais. Nós temos passados sendo revelados, personagens tomando outros rumos, amadurecendo... É possível, então, nos enxergarmos nos personagens, enxergarmos a nossa vida, nossos dilemas, problemas, dúvidas... 

Fica claro, depois de um tempo, que Damon é aquele exemplo de cara que depois de tanto sofrer (Katherine que o diga) resolve se fechar em seu próprio mundo, "desligar seus sentimentos", e por isso acabou virando o monstro que todos conhecem. Mas no fundo ele ainda tem as mesmas dúvidas, problemas... Ele é só um garoto que precisa de um pouco de luz. Por isso ele volta pra MF. Ele precisa do irmão e ele precisa da garota pela qual ele se apaixonou (antes do Stefan se apaixonar pela mesma, é claro). 

Untitled

E aí nós temos a Katherine. Essa sim é só uma bitch. Ama o Tefinho, mas se aproveita do Damon bem estilo A Usurpadora, fingindo ser a Elena e dando esperanças ao pobre bad boy que há essa altura nem é mais tão bad assim. Impossível não dizer que a Kat, apesar dos pesares, é engraçada e dá vida à série, porque se dependesse da Elena, coitada... Mais sonsa pra que.  

D E L E N A

Aliás, diga-se de passagem que a Elena teve que morrer, virar vampira, pra poder se sentir viva. E há essa altura ela já estava apaixonada pelo Damon e quem não quer passar uma eternidade ao lado dele, né?

TVD na Stylowi.pl

E daí a gente percebe que o Damon só precisava ser amado. E foda-se o Stefan. Mas como nem tudo são flores, o Damon morre, a Elena pede pra que apaguem a memória dela, e quando o Damon volta, ela não se lembra das coisas boas que eles viveram juntos. Bacana, né? 5 temporadas pro Damon conquistar ela e a desgraçada pede pra apagar a memória. JULIE PLEC, EU TE ODEIO.

😍

Mas agora é era das Delenas, portanto, tudo está voltando ao seu lugar. O universo pode girar novamente feliz, pois Damon e Elena estão tendo muitos momentos fofinhos e AGUARDEM CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS.

steroline :)

Tefinho, pra não ficar sozinho, está caindo nas graças de Caroline e até que eles formam um casal fofinho. A princípio ele só via ela como amiga, mas acho que isso vai mudar já já.

 6x10? | Tumblr

E apesar de toda a merda que ainda tem pra acontecer, dá pra perceber uma evolução gigantesca durante a série. Os personagens amadurecendo (exceto o Matt e o Tyler que continuam servindo só pra tapar buraco) e a vida real se mostrando diante da tela. Não existem vilões ou mocinhos. Todos nós temos o bom e mau dentro de nós, cabe somente a gente decidir qual vai mostrar pro mundo. 

E é por essas e outras que vocês PRECISAM assistir a série e virem comentar comigo, ok?
Vou esperar.

05 dezembro 2014

"Cabeça do Gregorio"



Terminei de ler "Put Some Farofa", do Gregorio Duvivier, há poucos minutos e sentei em frente ao computador pra escrever sobre. Eu, que gosto de escrever sobre um livro logo que leio a última página para aproveitar que as informações ainda estão fresquinhas na cabeça e as emoções afloradas, me vejo sem ideias de como colocar minhas impressões no papel - ou na página de postagem, nesse caso em particular. 

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Trouxe o livro e coloquei-o empezinho sob a mesinha que serve de apoio para o meu notebook, mas nem a carinha meio "sem jeito" impressa na capa, característica do Duvivier, me encarando, consegue me dar o empurrão necessário pra colocar pra fora tudo o que eu estou sentindo. Quem sabe valha à pena reler alguns textos que marquei com post-its. Sei lá, vai que surge uma ideia. 

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O livro, composto de crônicas, esquetes e textos inéditos e não-inéditos nos apresenta as mais variadas facetas de Gregorio: ator, roteirista, cronista e poeta. Ele fala sobre política, literatura, tecnologia, amizade, amor de um jeito que só ele sabe. Apesar de já ter lido as crônicas que foram publicadas na Folha e assistido às esquetes do Porta dos Fundos, não me custei de ler tudo novamente, só pra ter aquela sensação única que tenho lendo Duvivier. 

A obra é composta por quatro capítulos que são intitulados a partir de textos (ou alguma frase dos textos) contidos dentro deles. Em "Grande, pequeno, gigantescos", por exemplo, temos textos (entende-se que crônicas e esquetes também se incluem) e reflexões sobre o amor e seus vários pontos de vista. A frase que intitula o capítulo foi retirada da crônica "grande-amor-da-vida", uma das minhas preferidas do livro, da qual retiro a frase, sob pretexto de menção honrosa: "ele precisava tanto ser feliz que não foi". "Cruzada elucidativa a favor da família brasileira" fala sobre as pessoas, no geral, sobre religião, política e sobre a inter-relação existente ali. O autor deixa suas críticas implícitas e explícitas, recheadas de ironia e sarcasmo. "Put some farofa" contém uns textos mais randômicos, inclusive aquele vídeo do Porta que eu adoro: "Drébito", enquanto "o mundo, paradinho, tem a maior graça", capítulo mais intimista do livro, nos traz cartas do Gregorio-mais-novo para o Gregorio-mais-velho, constatações sobre seus 1,68 cm - que ele afirma serem 1,69 cm, uma crônica/declaração de amor ao seu irmão, desilusões sobre Papai Noel e a minha crônica preferida do capítulo: "amizade platônica (o Prata e eu)". 

Resumindo: Put Some Farofa é um livro completo. Passa longe do egocêntrico, sem deixar de sê-lo. Em todas as linhas temos implícito o amável Gregório que abre sua vida, seus gostos e convicções pra quem quiser ler, faz rir sem querer e me fez ficar emocionada em um momento pontual (citarei posteriormente). 

A leitura é sensacional! Eu, que estava super ansiosa para ler, com as expectativas lá em cima, não me decepcionei em nenhum momento. Está aprovado e indicado. 

No último capítulo, em uma carta do Gregorio-mais-velho para pequeno Gregorio de 7 anos de idade nós temos o seguinte trecho:

"(...) Você não briga mais com seus irmãos, que são seus novos melhores amigos, além do Rodrigo e da Julia, que tão namorando (você que apresentou). E você, tcharã: acabou de se casar. Foi mal, não foi com a Fanny. Mas foi com uma menina muito mais linda (mal, Fanny). Ela toca violão. E não só Beatles. Músicas dela. E um dia a gente vai ter cachorros. Ou filhos, o que vier primeiro. E daí eu juro que volto a brincar de torremoto. Por enquanto, a vida tá corrida, uma espécie de paratiparara. Aliás: aproveita enquanto você acha graça nessas coisas. E aproveita enquanto sua avó tá viva. Você vai sentir falta." 

Chorei por motivos de: Gregorio e Clarice separaram.
E falar de vó é covardia. 

Achei dolorosamente bonito. Ou lindamente doloroso. 

17 novembro 2014

Houston, we have a problem

Eu tenho essa estranha mania de imaginar como as coisas mais subjetivas seriam se fossem pessoas. Tipo os sentimentos ou o destino. Daí que esses dias eu estava pensando que se a vida fosse uma pessoa, ela seria aquele irmão mais novo que pentelha você o tempo todo. O. TEMPO. TODO. E quando ela tá calma demais, quando as coisas estão muito tranquilas, PREPARA porque vem bomba por aí. Vocês podem achar que é uma forma meio pessimista de ver as coisas, mas tenho alguns argumentos que comprovam a minha tese. Vamos a eles.

Tudo transcorria perfeitamente bem na vidinha desta que vos fala, tudo de boas, tranquilo, até que mês passado algo começou a me incomodar. Eu até comentei com vocês que eu estava com "uma dor de cabeça insuportavelmente paralisante, daquele tipo que impede você de ter qualquer pensamento, porque até pensar dói", cês lembram? Então... Acontece que depois de alguma resistência, eu resolvi ir ao médico e acabei descobrindo que tenho uns probleminha na cabeça. Não é nada que afete movimentos/fala/capacidade de pensamento ou coisas assim (só minha memória que já não era boa e agora tá nível alzheimer), mas é, em suma, uma baita de uma dor de cabeça - literal e figurativamente falando. 

shit just happens (acontece nas melhores famílias)
No começo eu achei que poderia ser o estresse o causador dessas dores, mas após alguns exames o médico descobriu que quem desencadeou a minha "trombose de seio venoso" (nome feio né? combina com a doença) foi nada mais nada menos que o anticoncepcional que eu estava tomando - na bula até dizia que tinha riscos e blábláblá, mas QUEM LÊ A BULA? Minha professora de farmacologia lê. Ok, reformulando: QUE PESSOA NORMAL LÊ A BULA, as letras miúdas? Ninguém né? Enfim.

O caso é que a bomba literalmente explodiu e por isso eu estava sumida do blog. Fiquei internada 12 dias no hospital, porém agora já estou em casa, um pouquinho melhor, embora minha recuperação esteja sendo bem lenta. Meus exames ainda não estão normais e arrumei dois novos amores que precisam andar sempre comigo, como se minha vida dependesse deles (hehe piadinha): remédio pra circulação e anticoagulante, que terei que tomar pro resto da vida. Esse sim é um amor que vai durar, triângulo amoroso melhor que Crepúsculo. Além disso, não posso fazer esforço físico, não posso ficar muito tempo em pé/andando, não posso ficar muito no sol... What means: sou uma velha de 60 anos presa num corpitcho de 19. 

Mas de resto tá tudo bem. 

Tô de licença médica, o que significa que as férias chegaram mais cedo. Assim tô tendo bastante tempo livre pra ler, escrever, assistir filmes, séries, passar um tempo com meu querido irmão, morrer de tédio, implorar pro médico deixar eu ir pra aula e ele negar, essas coisas... MOMENTOS.

Agora chega de drama e vamos à parte educativa do post onde eu falo sobre as lições que aprendi. De toda essa desgraça, ficam alguns conselhos pra vocês: 

1. Crianças, PROCUREM UM MÉDICO sempre que vocês sentirem uns sintomas persistentes ou algo que nunca sentiram antes. Mas pelo amor de Deus, não se tornem aqueles seres paranoicos que acham que uma dor de cabeça significa tumor cerebral. Sério.

2. Copiando o slogam das campanhas sobre saúde: prevenção é o melhor remédio. Então usem camisinh... Não pera. Cuidem-se. Façam check-ups e toda essa baboseira. E usem camisinha também, aliás.

3. Continuem lendo meu blog e comentando. Faz bem pra saúde!! - pra minha pelo menos faz, rs. 

Dados os recados paroquiais, fiquem com imagens exclusivas do meu romance:


Ps: na taça tem água e a fumacinha é da vela da macumba que eu fiz prazinimiga do jantar romântico. Saúde em primeiro lugar.

15 novembro 2014

Menos Maísas, mais Spivets


O que eu vou falar agora pode soar meio preconceituoso, mas não deixa de ser verdade: crianças-prodígio costumam ser um pé no saco - vide Maísa Silva. Assim como crianças que convivem apenas com adultos e começam a se portarem como tal, argh, tem coisa mais chata do que isso??? Mas, contrariando todas essas minhas ressalvas, o pequeno superdotado T.S. Spivet chegou de mansinho, ganhou o meu coração e um espacinho no blog onde vou falar sobre o filme que conta sua história.

Pra variar, eu odiei a tradução do título. O original "The Young And Prodigious Spivet" já não é lá grandes coisa, porém sou obrigada a admitir que é melhor que "Uma Viagem Extraordinária" (2013), sua versão traduzida/adaptada.

Antes de falar sobre a obra, vou usar um argumento que terá grande valia para quem assistiu e gostou d'O Fabuloso Destino de Amélie Poulain: as aventuras do menino Spivet foram dirigidas por ninguém menos que Jean-Pierre Jeunet (e eu tive que pesquisar no google como escrevia esse nome, me julguem), mesmo diretor do filme citado anteriormente. Não digo que a obra de 2013 seguiu exatamente o mesmo padrão usado em 2001, mas lembra, de certa forma, o jeitinho de Amélie, usando alguns elementos mais atuais, mantendo o que já funcionava e aprimorando o que poderia ser melhorado de lá pra cá. O resultado foi perfeito!

Pra quem gosta da Heleninha tem espaço também <3
"Uma Viagem Extraordinária" é ambientado na infância de T.S. e vai nos inserindo, aos poucos, em sua rotina de forma tão natural que é como se estivéssemos vivendo ali em Montana com ele desde sempre. Apesar da família um pouco, eu diria, peculiar, é gostoso ver como o relacionamento deles toma um direcionamento surpreendente (e emocionante) no final do filme, mas nada de spoilers pra vocês. 

Quando Spivet ganha um prêmio de ciência graças a um invento seu e precisa ir sozinho para os Estados Unidos recebê-lo tudo começa a ficar mais interessante. Nosso protagonista passa por poucas e boas (juro que isso não é narração de filme da sessão da tarde), mas consegue seu objetivo. Isso nem conta como spoiler porque é meio óbvio e, além disso, o bacana mesmo é assistir ao filme para ver a belíssima construção das cenas e todos os momentos durante a viagem que são impagáveis. 

Resumindo: esse é um filme fofo, emocionante, engraçado, com uma fotografia incrível, trilha sonora impecável e uma história linda contada de forma magnífica. Apesar da intensidade escondida por trás de toda a fofura, a obra consegue transmitir uma leveza tão grande que é impossível não se pegar sorrindo em alguns momentos. 

Fui alegremente surpreendida com esse personagem mirim que apesar de ser um gênio não perdeu a doçura e inocência da infância. Dá pra rir, chorar, se emocionar e torcer para que tudo dê certo no final. 

Esse é, definitivamente, um filme que vale a pena ser visto.

Fica a dica pra vocês.

"Não sei o que está procurando, mas não mude em nada. Continue desse jeito."


28 outubro 2014

"Bukowski sabia"


“Estou cansado dessa mesmice do dia a dia, da hipocrisia que nossos semelhantes exalam a cada frase dita mal o dia tendo começado - sendo eu um deles. 

Por mim eu ficava em casa, deitado em minha cama com uma boa garrafa de algo qualquer para molhar o bico; só não fico porque há de chegar o dia em que a preguiça me roubará os sonhos, a força para realizá-los. 

Tenho sonhos para concretizar, transformar em metas; sonhos inferiores a fama e fortuna; sonhos pequenos como realização pessoal e felicidade de fim de tarde, à noite, acompanhado, não dormir e acordar ao lado de quem me fez companhia nessa insônia. 

Deixo minha cama e enfrento esse mundo cheio de calamidades, rodeado por pessoas tão desinteressantes, pois no fundo ainda tenho fé que em meio a tantos humanos, resida um pouco de humanidade. Humanidade de saber respeitar, de entender que estamos abaixo da ordem natural, que uns virão, outros irão, é o normal de se acontecer. Humanidade que os animais parecem conhecer melhor, aquela que faz famílias firmes, nada desses abandonos que se vê nessas caixas coloridas que se tem hoje em dia; seja por qualquer motivo que for. 

Vou trabalhar, exalar mal humor, soltar sorrisos de vez em quando, em busca de alguém que encontre algo pelo qual lutar por trás desse casmurro que venho me transformando. Visto minha roupa de ser humano dia após dia pois há alguém lá fora que é para meu bico, que é a minha garrafa. 

Os problemas não se resolverão, sempre cá estiveram, sempre cá estarão, mas a preocupação com o que se tem de errado se amenizará. 

Vou viver com uma e somente uma pessoa e quando essa garrafa esvaziar-se, não será hora de arranjar outra na esquina por dinheiro, será minha vez de também esvaziar e da cama não levantar novamente. 

Findarão-se as diversões vazias, as preocupações com uma sociedade que nem me diz respeito, as poesias bêbadas de fim de domingo. Só não findará a consciência de que algo está fora de lugar, não findará a poesia que luta, o engajamento. Alguém há de se tornar a garrafa e assim como eu, dar continuidade ao legado dos tolos. Legado dos que ainda acreditam que há muito a ser explorado, mas que não vivem no tempo em que esse potencial será alcançado.”

26 outubro 2014

Mr Nobody


Alerta de spoiler para as moçoilas não ficarem de mimimi depois

Eu gosto de filmes que me fazem pensar. Filmes que me deixam com a boca aberta e a cabeça a ponto de explodir. Sendo assim, não é surpresa eu anunciar que me apaixonei pelo Mr. Nobody, nome do protagonista e título do filme que vou comentar hoje. 

A obra é de 2009, muitos de vocês já devem tê-la assistido, mas eu preciso falar sobre as minhas impressões mesmo assim e com isso já faço o favor de indicar a quem ainda não assistiu. 

O filme é narrado por Nemo Nobody (interpretado lindamente pelo Jared Leto <3), num futuro não muito distante, sendo ele o último ser humano mortal  da Terra, prestes a morrer de velhice. Esse fato inusitado chama a atenção da mídia e todos querem saber como era a vida do Sr. Nobody. A trama, que segue as lembranças embaralhadas e confusas do protagonista, não é nada linear, requerendo assim muita atenção a todos os detalhes, diálogos, cenários, figurinos e tudo o mais. 

Por vezes somos levados a realidades diferentes, basicamente três, que seriam as consequências da escolha que o pequeno Nemo de 9 anos teve que fazer ao ver o casamento de seus pais se desfazer: ficar com o pai ou partir com a mãe. E é a partir disso que sua mente começa a fantasiar todas as situações possíveis, a fim de descobrir qual seria a melhor opção.

Jeanne, Elise, Anna - reparem nos figurinos que são escolhidos propositalmente
Partindo com a mãe, em sua adolescência acabaria morando com ela, um padrasto e sua filha, Anna (vestindo rosa/vermelho, representando a paixão, o amor), com quem Nemo acaba tendo uma relação. Por outro lado, ficando com o pai - que adoece terrivelmente, Nemo se torna um adolescente revoltado que decide planejar todo seu futuro de forma fria e calculista após uma desilusão amorosa com Elise (azul - frieza, apatia). O garoto decide que casará com a primeira menina que dançar com ele em uma festinha - que acaba sendo Jeanne (amarelo - ganância) - apenas para concretizar seus planos.

Já em sua vida adulta, somos apresentados para o futuro das três escolhas. Caso escolhesse a primeira, há certa altura a mãe de Nemo e o pai de Anna se separariam, estes últimos indo morar em Nova Iorque, afastando Anna e Nemo. Caso seguisse a segunda opção, com seu plano traçado, conseguiria alcançar seus objetivos, seria rico, teria uma casa grande, filhos e um casamento estável com Jeanne, mas um tédio infindável tomaria conta de si, não havendo maiores motivos para viver. Por outro lado, se tivesse se resolvido com Elise, se casariam e esta, por amar outro homem, viveria numa apatia tremenda, intercalando entre crises esquizofrênicas e choro incontrolável. 

De todas as três opções, é entre Nemo e Anna que rola química, paixão, amor e todo o necessário para que a vida valha à pena. E as palavras não fazem jus à intensidade da relação deles, é só assistindo ao filme que vocês vão poder sentir isso.

A fotografia do filme é maravilhosa, assim como a trilha sonora. Os momentos de Nemo e Anna são extremamente apaixonantes e só por isso já vale assistir ao filme!

Quanto às questões que surgem após os créditos, é impossível não pensar no tal Efeito Borboleta e em todas as escolhas que já fizemos e fazemos todos os dias, a todos os momentos. Como tudo seria se há anos sua mãe não tivesse dito sim ao seu pai? E se eles nunca tivessem se conhecido, você estaria aqui? E sobre os amores, amigos, escola, faculdade, enfim, todas as opções possíveis de vidas que poderiam ter sido e não foram. É enlouquecedor ficar pensando nisso. Em todos esses "e se". 

Mas talvez a mensagem mais forte que fica do filme seja que prever o que poderia acontecer a cada escolha feita não seja necessariamente uma coisa boa. Afinal, podendo antecipar tudo o que aconteceria, ficaríamos paralisados, sem saber para onde ir. 


Essa frase define bem toda a filosofia impregnada nas rugas do Mr. Nobody. Sua mente confusa, suas histórias misturadas sem sabermos o que é real ou ilusão... Tudo isso é apenas fruto da imaginação de um menino de 9 anos que não sabe o que fazer. Vivendo um impasse decisivo, que decidirá o curso de toda a sua vida, e que diante de todas as opções, não consegue escolher qual caminho seguir. 


"Mr. Nobody" tem umas sacadas geniais, cenas bem estruturadas, diálogos incríveis e atuações maravilhosas. Recomendo a todos que não viram ainda. Assistam e venham me contar o que acharam! 

Pra finalizar, um trecho que eu achei sensacional: 

Anna para Nemo: "quando nos separamos aos 15 anos, eu disse que não amaria mais ninguém, nunca. E nunca me apegaria, nunca ficaria tempo demais em lugar algum e não teria nada para mim mesma. Decidi que fingiria estar viva. E isso é o que eu venho esperando todo esse tempo. De todas as vidas possíveis, só uma... Com você. Mas não estou mais acostumada com isso. Você sabe... Me refiro ao amor. Tenho medo de te perder de novo. Medo de estar sem você novamente. Estou aterrorizada. Preciso de um tempo."

18 outubro 2014

Extraordinário


O mundo está repleto de pessoas horríveis. Babacas, escrotos e sua trupe. Mas não serei injusta. Em oposição ao lado negro da força também existem pessoas legais andando por aí. Pessoas extraordinárias, pelas quais vale a pena ter esperança e acreditar que um dia serão maioria. Pessoas que fazem coisas extraordinárias e fazem o meu mundo um pouquinho mais extraordinário.

Tô amorzinho hoje, segurem esse forninho. 

O caso é que eu estava ouvindo a trilha sonora de Viagem a Darjeeling, filme dirigido pelo Wes Anderson (que, diga-se de passagem, é uma dessas pessoas extraordinárias que fazem coisas extraordinárias) e não sei como, mas fui parar no clipe da música "Home" - Edward Sharpe & The Magnetic Zeros. Por um aborto da natureza, eu nunca tinha assistido ele, apesar de já ter deixado a música no repeat por muito tempo. Então resolvi assistir e, gente, para tudo. Que clipe mais lindo! 

Fora a letra, né? Eu nunca tinha parado pra reparar em como as frases se encaixam bem. "Home is wherever I'm with you", que faz parte do refrão e deve ser a frase mais conhecida da música, faz referência ao amor "não declarado", aquele que não precisa de um "eu te amo" pra fazer sentido, por isso era a minha favorita. Mas quando fui analisar o restante da letra, reparei num diálogo MUITO AMOR, que se tornou meu preferido de todos os tempos (dessa música). Ouçam comigo.


- Jade
- Alexander
- Do you remember that day you fell outta my window? Lembra aquele dia que você caiu da minha janela?
- I sure do, you came jumping out after me Com certeza, você pulou atrás de mim
- Well, you fell on the concrete, nearly broke your ass, you were bleeding all over the place and I rushed you out to the hospital, you remember that? Bem, você caiu no concreto, quase quebrou sua bunda, você estava se esvaindo em sangue e eu corri com você para o hospital, você se lembra disso?
- Yes I do Sim, eu lembro
- Well there's something I never told you about that night Bem, há algo que eu nunca lhe disse sobre aquela noite
- What didn't you tell me? O que você não me disse?
- While you were sitting in the backseat smoking a cigarette you thought was gonna be your last, I was falling deep, deeply in love with you, and I never told you til just now Enquanto você estava sentada no banco de trás fumando um cigarro pensando que seria seu último, eu estava me apaixonando profundamente, profundamente por você, e eu nunca lhe disse até agora

Gente, vem cá, me abraça.


Vou aproveitar o ensejo, já que eu quase nunca falo sobre música, e vou deixar mais um clipe pra vocês assistirem. Tô viciada numas músicas nem são atuais mas que simplesmente não consigo parar de ouvir afinal, panela velha é que faz comida boa, não? Não. Alguém me dá uma playlist atualizada porque se não vou continuar revirando o baú da minha pasta de músicas, tirar as teias de aranha, e ser feliz com minhas musiquinhas last year.


If I lose myself tonight 
It will be you and I

Essas são minhas indicações de músicas maravilhosas esses negros maravilhosos que fazem o meu mundo mais extraordinário. E vocês? Quais são suas indicações?

13 outubro 2014

Bomba atômica

Manhattan (1979)
Eu também não consigo (mais) expressar raiva, meu caro Isaac. Esse é o meu problema também: internalizar as coisas, guardar pra mim, não falar...

Não sei você, Allen, e nem vocês, leitores, mas eu tenho um histórico de desastres que foram causados por eu falar o que eu penso sem passar por aquele filtro do que é socialmente aceitável. Eu sempre acabo estragando as coisas por falar demais ou por ser sincera demais, corajosa demais, enfim, tudo demais. Extremism sucks. Por isso eu resolvi deixar de ser. Dar uma pausa, tirar umas férias, sabem como é.

Porque acontece que as pessoas não suportam intensidade, não suportam ouvir umas verdades na cara, não aceitam que são humanas e erram, mas que podem aceitar críticas construtivas e crescer, melhorar. É que é muito mais fácil simplesmente fechar a cara, virar as costas e achar que errado é quem não concorda com suas ideias e atitudes - no maior estilo "teimoso é quem teima comigo" e nesse quesito eu sou meio assim, também, mas só quando eu tenho certeza ABSOLUTA de que estou certa (o que é meio que sempre, mas vá lá). Por isso eu cheguei à conclusão de que é melhor ficar quieta, às vezes. Evita situações assim. Evita tretas. Evita discussões acaloradas para as quais eu não tenho mais saco. Evita pessoas tendo que levantar o tom de voz porque não têm argumentos válidos. Evita eu querendo descer do salto e enfiar meus argumentos goela abaixo. Eu até diria que evita dor de cabeça, no sentido figurado, mas seria uma péssima ironia.

Daí que pensando nisso tudo eu resolvi que nesse semestre eu iria invocar meu Buda interior, mentalizar uns mantras, bem good vibes, respirar fundo e aquela história de contar até 10 antes de perder o controle. Prometi pra mim mesma que não iria me estressar. Colegas de 20 anos ou mais agindo como crianças do primário? I pass. Professores irritantes que se acham os bam-bam-bans mas não sabem nem lidar com um retroprojetor ou postar a droga da nota no sistema? Pass. Colegas reclamando sobre eu não passar cola e me chamando de individualista. P-A-S-S. Irmão com o dom de me tirar do sério. PA-PA-PASS. Me preocupar com notas? Puff, pass. Sempre mentalizando aquela praia bonita, com ondas quebrando e lambendo a areia, aquela espuminha branca, céu azul, etc... Cês querem saber de uma coisa? Isso tudo funcionou. Até não funcionar mais...

Não lembro bem quando começou, mas no meu caso não foi um tumor eu acho que cresceu, foi uma espécie de alergia, brotoeja, sei lá. E, como se não bastasse, me bateu uma dor de cabeça insuportavelmente paralisante, daquele tipo que impede você de ter qualquer pensamento, porque até pensar dói. E isso tá me deixando louca. 

Haja paracetamol, queridos. E haja fígado pra tanto paracetamol! Pois é, não tá fácil pra ninguém.

Agora vejam só vocês: estamos no começo de outubro e eu não consigo não pensar naquela velha frase que meu professor de matemática do Ensino Médio costumava falar: CHEGA, NATAL! E acrescento uma que vem sendo minha citação favorita: ACABA, SEMESTRE. Porque não tá fácil. Tanto estresse, tanta coisa acumulada que tenho medo de um belo dia explodir (de tanta dor de cabeça ou de cansar de guardar meus pensamentos pra mim e jogar tudo na cara das pessoas, sem brincadeirinhas irônicas ou sem falar de forma sutil). Porque tem umas pessoas que simplesmente não entendem quando estão sendo inconvenientes E CHATAS. E, sinceramente, falar em forma de conselho é pedir pra não ser ouvida. Então, queridos, espero que vocês não estejam por perto quando eu resolver dar umas férias pro meu Buda e jogar pro alto toda essa serenidade que eu venho tentando aderir. 

Mas, até lá, vou desabafando aqui no blog e assistindo aos filmes do Woody Allen que são sempre um "eu tô na merda, mas nem tanto quanto esse personagem, então blz, fera".

Annie Hall (1977) E eu pensando que na faculdade as coisas seriam melhores... 

11 outubro 2014

Um submarino chamado saudade

Saudade é tipo um submarino que pode ficar submerso durante muito tempo. Ali quieto, na sua, tranquilo. Em outros termos, é um sentimento que está sempre no nosso subconsciente, mas passa longe da ponta do iceberg, por isso nós conseguimos conviver com ele e ir levando na maior parte do tempo. 

A saudade está diretamente ligada à solubilidade das pessoas, das coisas, de tudo, infelizmente. Afinal, você pode sentir saudade de alguém que partiu de fato ou sentir falta de alguém que não é mais a pessoa que costumava ser. Simples assim. Complicado assim. E o jeito é lidar com. Sem fazer beicinho, sem deixar de lado. 

O diabo da saudade é que ela é bipolar. Enquanto nos traz lembranças, nos faz pensar em coisas que preferíamos esquecer (pois nunca serão tão boas quanto já foram ou totalmente o oposto), ela também pode ser a sustentação de lembranças boas o suficiente para nos impulsionar a tentar fazer novas memórias tão boas quanto (ou melhores que) as antigas. 

Mas quando ele resolve subir ao nível do mar, sai de baixo! Esquece o romantismo e a poesia que ela inspira. Se prepara porque lá vem bomba. 

Daí que hoje eu acordei com saudade. Aquela que faz o coração apertar e o cérebro insistir em vagar pelas memórias de um passado que parece estar há milhas de distância. Hoje eu acordei querendo esquecer, mas entendi que quanto mais eu tento, mais eu lembro.

Pra distrair, comecei a pensar em todas as coisas maravilhosas que aconteceram e me faziam antecipar a saudade que eu sentiria quando elas acabassem. Pensei também em todas aquelas que foram se desgastando, deixando de fazer sentido, até irem embora sem deixar nenhuma lacuna. Simplesmente se foram, sem dor, sem saudade. E finalmente me conformei. Entendi que a saudade precisa ser sentida. Significa que, no fim das contas, algo valeu à pena. 

É né.... estar rodeada de gente e só precisar de uma. Triste verdade!
Esse. Filme. <3

03 outubro 2014

Bale e o meu simpático

Simpaticíssimo
Se tem uma coisa que me deixa passada, é gritar comigo sem eu ter feito nada faz amigas brigarem é eleger o "cara ideal", tipo aquele boy magia, Deus Grego e derivados que faça todas babarem. Falando bem a verdade, é impossível escolher um, apenas um, que agrade a todas. Impossível, porque mulher é um bicho estranho que ninguém entende. E desse bate-papo aparentemente simples e descontraído podem surgir as maiores discussões e lavagens de roupa suja que vocês possam imaginar. Negócio é tenso, galera. Isso que estamos falando de cantores, atores e esses amores platônicos, caras inatingíveis... Agora imagina se tivéssemos falando dos caras da mesa ao lado? Unhas quebrariam, cabelos seriam arrancados!!

Enfim, o caso é que dia desses estávamos eu, 4 amigas e 1 amigo gay todos sentados em uma mesa no centro de convivência da universidade durante o intervalo da aula da tarde. A matéria era farmacologia e antes do intervalo a professora estava fazendo uma introdução sobre sistema nervoso, como se a gente já não tivesse estudado sobre ele em mais umas 4 matérias, pelo menos. Quando foi falar sobre o SN Simpático, ela jogou uma pergunta pras meninas responderem: "qual é o famoso (ou não) da atualidade que ativa o Simpático de vocês? Eu dou essa aula há anos e eu costumava citar o George Clooney, mas, de uns tempos pra cá ao invés de ativar o simpático eu desencadeio uma série de risos." Nesse momento várias risadinhas ecoaram na sala. Me calei, mas tamo junto, professora. Acho ele um pão também (risos).

Ué, tão rindo pq, ainda dou um caldo, garotas
Pra quem não sabe, o sistema nervoso simpático é ativado em situações de estresse (podendo ser ele o bom estresse ou o ruim), em situações de emoções extremas, em que o corpo precisa reagir da maneira mais rápida possível. O coração acelera para bombear mais sangue para o corpo, a respiração aumenta seu ritmo para que os pulmões recebam mais oxigênio, adrenalina é liberada, a salivação diminui, enfim, todo esse processo fisiológico que já é nosso velho conhecido, bem característico em situações como um assalto, por exemplo, ou ao ver alguém que a gente gosta. Borboletas no estômago, boca seca? Esquece o romantismo da coisa, é só o simpático agindo, deixando você pronto para o "estímulo de fuga ou luta", sendo que, na maioria dos casos, a melhor opção é correr. 

Terminada a aula intensiva de fisiologia, voltemos ao assunto principal: quem ativa o nosso simpático. Daí que na mesa, durante o intervalo, começamos um debate sobre quem seria o causador do aumento dos nossos batimentos cardíacos e todos os sintomas supracitados. 

Pra vocês terem noção do nível da conversa, logo de início citaram o Caio Castro (que, né, pfvr, so mainstream), depois vieram com "aquele cara da novela que faz o comendador" (e sou obrigada a dizer que com esse eu concordo), "aquele da novela que fazia o comendador quando jovem" (quer pegar pra criar?), até que resolvi contribuir com a minha singela opinião, tentando elevar o nível da disputa. 

Depois de muito pensar (são tantas emoções opções) optei pelo melhor que me passara na mente: Christian Bale. Fiquei toda felizinha porque até então praticamente nenhuma opção fora aceita por mais de duas meninas (contando com aquela que tinha indicado) e eu tinha CERTEZA ABSOLUTA que todos naquela mesa teriam o bom senso de concordar comigo. Engano o meu. Foi só eu falar o nome do deuso que umas me olharam com um ponto de interrogação na testa, tipo assim: "quem é esse?" e eu tive que abrir uma foto  dele no celular que eu tinha por acaso (hehe) e explicar que "esse" era o Batman e o cara com uma motosserra na capa do meu facebook. "Ah, então é esse?" uma disparou. Na minha cabeça, a resposta: "não, esse é o meu vô, mas já que citaram um bebê, porque não citar alguém da terceira idade também? Vamos ser inclusivos, pessoal!", mas calei-me. Outra amiga logo disparou que achava ele FEIO. Gente, Christian Bale feio? Como assim????? Aliás, se você vier comentar que ele é feio eu nem vou aceitar seu comentário, ok? E tenho o dito. Democracia é o caramba. Não me venha com liberdade de expressão quando estamos falando sobre Bale.

querida, me desculpa, mas feia é tu no espelho e para de RECALQUE
Por sorte, o intervalo acabou e voltamos pra sala. A menina que citou o comendador teve tempo de procurar no celular o nome do ator. Alexandre Nero btw, e ele foi eleito pela professora como o "representante de ativação do simpático da galera da 3º fase". É claro que eu achei injusto, mas né, fazer o que. Nem tive tempo de indicar meu Bale, e é um pena as meninas serem maioria na minha sala, pois garanto que se eu indicasse o Batman, todos os meninos apoiariam e ele seria nosso vencedor. Infelizmente não podemos ganhar todas.

Mas, no meu coração, eu sei que ele ganhou (oin), e aí, quem ativa o simpático de vocês? 

Batman tá de olho nessa zuera, fera

23 agosto 2014

Só pra não dizerem que eu esqueci vocês


Os dias e as semanas foram passando e passando... Tudo tão rápido que parece que o tempo escorreu pelas minhas mãos enquanto eu tentava segurá-lo. Tanta coisa aconteceu desde o último post pra cá. Tantas coisas boas, tantas coisas ruins, enfim, tantas coisas... E eu fico tentando me lembrar quantas vezes eu pensei em tirar um tempo para escrever alguma coisa, tirar minha cabeça da faculdade por alguns minutos, mas não o fiz, porque tá impossível. Não que isso seja ruim. Não é. Aliás, está sendo ótimo pra mim manter esse foco nos meus objetivos e tal.

O post de hoje é mais uma conversa. Uma atualização das coisas que estou fazendo, só pra não deixar o blog jogado à traças, mas já aviso que não tenho muitas novidades.

Há 9 dias eu estava sentada na biblioteca da faculdade durante o almoço assistindo Grey's Anatomy e recebi uma ligação da minha mãe me informando que um tio-avô havia falecido. A princípio não acreditei, achei que era brincadeira, mas infelizmente não era. Ainda hoje, nove dias depois, é difícil acreditar. A ficha ainda não caiu. Parece que no final do ano eu vou pra praia e vou encontrar ele lá, sentado no seu banquinho embaixo da árvore, lendo seus livros à sombra, como de costume. Eu sei que não vou, mas a ficha ainda não caiu, e eu prefiro lembrar dele com essa imagem serena e gostosa, que me lembra o cheiro da maresia e o fim de tarde na beira do mar. Às vezes essas ilusões são necessárias, quando a realidade dói demais.

Minha rotina está me matando. Não sei mais o que é ter uma boa noite de sono porque sou obrigada a dormir tarde pra organizar, estudar, pesquisar, fazer trabalhos e etc, além de acordar super-hiper-mega cedo porque moro no interior(rrr) e preciso pegar o bus pra ir pra facul. Tenho cochilado nas aulas mais chatas, é inevitável. Tenho sobrevivido à base de cafeína e estimulantes naturais. Tá tenso o negócio. Mas gosto de lembrar sempre o que minha avó costuma falar: "lá na frente isso vai ter valido à pena". E assim eu arrumo forças pra desativar o despertador que cisma em tocar às 5:00 da manhã e levanto pra mais um dia. O bom de tudo isso é chegar numa quinta de manhã e ter aula prática de Materiais Odontológicos e ver toda a semana compensar (e nem o fato de eu ser desastrada e conseguir sujar a roupa branca antes mesmo de sair de casa me tira a alegria desse dia).

Dia desses fiz a prova pra concorrer à monitoria de anato buco. Ainda não tenho a resposta, mas acho que consegui a vaga. É mais responsabilidade nas minhas costas, menos 3 horas semanais que teria pra estudar ou dormir, porém é uma paixão pra mim. Essa é a minha matéria preferida de todo o curso até agora e é uma distração poder tirar as dúvidas e ensinar o que eu sei pras pessoas. Espero que de fato eu consiga a vaga e me saia bem nesse desafio.

Não assisti a nenhum filme, mas em compensação estou quase no fim da 4ª temporada de GA. Tô apaixonada pela série. As músicas que estou ouvindo nas idas e vindas de bus são praticamente as mesmas do mês passado e a novela Império tem sido uma boa distração pra mim às vezes.

Resumindo: estou bem animada com as matérias da faculdade desse semestre, especialmente Materiais, que é o meu primeiro contato com a prática clínica, restaurações, materiais que vamos usar diariamente, etc. Estou pensando em gravar um vídeo esse find, respondendo uma tag a qual fui indicada, espero que consiga arrumar tempo.

E vocês, como estão? 
Saudade dos seus comentários <3 

08 agosto 2014

O futuro não existe


Hoje eu acordei madruguei, fui pra faculdade, ouvi a sétima professora da semana falando sobre o plano de ensino, cronograma da matéria, etc, vim pra casa, joguei a mochila num canto e pude respirar aliviada, proclamando a frase que estava guardando a semana inteira na minha cabeça, esperando pra ser acesa em neon vermelho e piscante: "enfim, sexta!!!!!!". Pois é, isso na primeira semana de aulas. Eu definitivamente não estava mais acostumada com tantas matérias assim, tô exausta. Pra recuperar as minhas energias fiz uma mini-maratona de Grey's Anatomy + café essa tarde - consegui terminar a segunda temporada e começar a terceira, oremos. Mas além disso tem outras coisas que eu quero contar pra vocês.

Hoje, entre um episódio e outro, eu tive um pouco de tempo livre pra pensar - coisa que me faltou nessa semana - e reparei uma coisa: eu mudei. Me atentei a esse detalhe depois que eu entrei em 3 canais no youtube (que eram meus preferidos, cujos eu não perdia uma atualização), fui assistir aos vídeos recentes e não consegui passar da metade de nenhum deles - não via mais sentido naquele conteúdo, não me via mais ali. Daí eu lembrei de uma estranha sensação que estou tendo desde o meio das férias pra cá. Uma sensação de que as coisas estavam prestes a mudar, sabe? Aquela nuvenzinha de possibilidades que fica pairando sobre sua cabeça, densa, mas que você não faz ideia do que pode acontecer ou quando (e se) vai acontecer. Então eu pensei numa frase que eu falei pra uma amiga há algum tempo, algo sobre nós irmos mudando aos pouquinhos e, quando nos damos conta, estarmos totalmente diferentes. Sem avisos, de supetão. As coisas estão de um jeito e depois não estão mais. Simples assim. Complicado assim. E hoje eu me peguei mudada.

Lá vou eu falar de GA de novo, mas... Não sei se vocês já assistiram ou leram alguma frase da série por aí, porém em todo episódio tem alguma parte quotável. Um dos últimos que eu assisti falava sobre a dor. Sobre como ela precisa ser sentida e de como nós aprendemos com ela. Inevitável lembrar de mim, que depois de apresentar um quadro clínico (entrando na terminologia da série) de dor crônica (não literal) por um tempo, finalmente sinto que houve uma mudança. Aquele pequeno desconforto constante simplesmente passou, foi embora. E com ele muitas outras coisas me deixaram. Muitos gostos, muitos pensamentos, sentimentos, enfim, parece que uma parte de mim se foi e deu lugar pra um espaço totalmente novo, em branco, que eu posso pintar como eu quiser, entendem?

Ainda nessa semana vi várias pessoas pedindo "que agosto seja doce", que seja isso e aquilo, mas hoje eu só consigo pensar em uma coisa: se eu quero, eu preciso tornar meu agosto mais doce, certo? EU tenho o poder de mudar as coisas. Agosto, coitado, é só um mês como qualquer outro que já passou enquanto meu corpo e mente permaneciam na inércia. Mas agora tudo pode ser diferente, só depende de mim. É bem como disse o Prates num dos seus comentários: nós só temos o presente. O passado já foi e o futuro não existe. Tudo o que nós temos é o aqui e o agora. Não dá pra sentar e ficar esperando que as coisas mudem. É claro que alguns detalhes vão mudar independente da nossa vontade, aos poucos, mas o fator decisivo pra isso é a gente que faz. Basta querer. E ser quem a gente quer ser.

Então vamos combinar uma coisa? Não vamos pedir um mês - um ano, um século - mais doce, melhor... Vamos lutar por isso, ok? 
Tipo lição de casa. 
Viram o tipo de professora que eu seria? Dando "lição de casa" já na primeira semana de aulas...

Esse post parece uma colcha de retalhos de pensamentos que foram se costurando uns aos outros sem uma boa ligação, mas eu estava com saudade de postar e achei legal comentar com vocês sobre essa nova fase que estou vivendo. 

02 agosto 2014

Routine, here i come

Dr Karev, venha me acordar assim na segunda se for possível. Grata.
Resolvi começar o projeto 100 happy days no instagram porque sim. Ainda estou postando coisas totalmente aleatórias (mas que têm feito meus dias melhores e isso é o que conta, né?) porque não estou fazendo nada extraordinário. Aliás, a única coisa que eu tenho feito desde quarta-feira é ficar enfurnada em casa vivendo de Grey's Anatomy. Agora fico me preguntando o motivo de eu não ter começado a assistir a série no começo das férias, mas não adianta chorar sobre o leite derramado, eu sei, e ainda estou apenas na metade da segunda (SEGUNDA!!!!!!) temporada, o que me deixa mais desesperada - tanta coisa esperando pra ser assistida e eu aqui, prestes a ficar sem tempo pra nada. O caso é que as aulas voltam depois de amanhã e eu vou precisar focar toda a minha atenção na faculdade, porém há a certeza inexorável de que me sentirei órfã de Meredith Grey, Dr McDreamy e CIA pelo menos durante as longas tardes que antes eram preenchidas por café, sua rotina hospitalar e seus dramas. E também já fica minha recomendação pra você que ainda não assistiu à série: faça isso. Logo. 

Já quero aproveitar também pra avisar que (obviamente) a frequência de posts vai cair drasticamente. Como eu disse, minha rotina de estudos vai voltar e agora eu vou ter aula todos os dias durante a manhã e a tarde e, pra quem estava acostumada a ter aulas apenas vespertinas de segunda à quarta, é uma mudança brusca né? Mas faz parte. E, vocês sabem, todos os 26 filmes que eu assisti em julho serão compensados pelos que eu não assistirei em agosto. Ficarei até sem conteúdo pra comentar e indicar pra vocês, o que é uma pena. Só espero poder aproveitar o horário de almoço pra visitar meus internos favoritos (e até a Nazista me conquistou, vejam vocês) porque, gente, eu me apeguei muito a eles. E peço pra não me darem spoilers, ok?

Desde o final de semana passado eu tenho tentado regularizar meu horário de sono que ficou terrivelmente bagunçado durante as férias. Eu usava algumas madrugadas pra assistir alguns filmes (net livre é filme carregando rapidamente) e passava o dia que nem um zumbi ou me rendia à minha cama. E chegou uma hora que eu já estava com uma cara no meio das minhas olheiras - não mais o contrário - e percebi que se eu quisesse começar a reacostumar meu organismo a funcionar direito eu tinha que me disciplinar. Desde o final de semana passado eu estou levantando cedo e dormindo cedo, nos horários que eu costumo dormir e acordar durante o período letivo, e já estou me organizando pra esse semestre que vai começar. 

Agora vocês me dão licença que eu PRECISO saber como é que termina o episódio 10 que eu interrompi pra vir escrever esse texto pra vocês no meio de uma crise de consciência. E também não quero que vocês não sintam a minha falta. Eu adoro saber que eu faço falta - e não faço questão nenhuma de esconder isso. Sentirei saudade de vocês. Sabem como é, eu me apeguei. ♥

28 julho 2014

Desbravando o mundo de Wes Anderson

O Grande Hotel Budapeste
Eu costumo escolher os filmes que vou assistir pelo título - quando eles ainda não estão na minha lista de "quero ver" ou não são indicações de amigos. Gosto de confiar na criatividade do nome porque, convenhamos, as sinopses que teoricamente existem para atiçar nossa curiosidade com um pequeno resumo da obra nunca cumprem bem o seu papel. Levando em conta que toda experiência, boa ou ruim, é proveitosa, me permito correr o risco de "perder" 2 horinhas com um filme ruim do que deixar de assistir a um bom por causa da sinopse horrível. E foi seguindo essa linha de escolha que resolvi assistir ao filme de título imponente que todos estavam comentando: "O Grande Hotel Budapeste". Devo dizer que não me decepcionei nem um pouco com ele, gostei do enredo tanto quanto gostei do título. Foram minutos bem proveitosos e a partir desse filme Wes Anderson ganhou mais uma fã: euzinha.

Moonrise Kingdom
Vocês provavelmente já devem ter ouvido falar sobre ele (Wes) e principalmente sobre suas características marcantes de direção. Se ainda não tiveram a oportunidade de apreciar nenhuma de suas obras de arte, adianto alguns itens que vão encontrar em todas elas: perfeita simetria nas cenas, objetos posicionados estrategicamente (cada coisa em seu lugar), cores vivas (muito vermelho, amarelo, laranja), câmera parada com apenas os atores se movimentando, trilhas sonoras impecáveis, uma pitada de fábula e elementos surreais, repetição de atores (Bill Murray e Owen Wilson que o digam), câmera lenta em um momento pontual pra intensificar a emoção dos personagens, enfim, detalhes facilmente perceptíveis em todas as suas obras. 

Os Excêntricos Tenenbaums
Algumas pessoas acham cansativa essa repetição assim como acham os filmes do Woody Allen chatos por serem sempre mais do mesmo, mas acredito que nos dois casos são as repetições que constituem a identidade artística dos diretores e aí é que está a graça. Seja no caso de Allen, que escolheu interpretar o mesmo personagem em todas as suas obras com a ironia e o humor que só ele é capaz de transmitir ou no caso do Wes, que coloca todas as suas histórias no mesmo padrão, não somente agradável aos olhos, mas com um conteúdo espetacular.

Hotel Chevalier
Não sou crítica de cinema nem nada, mas adoro indicar pra vocês obras e diretores que eu gosto, então depois de assistir a mais alguns filmes do Wes eu resolvi que era hora de apresentá-lo pra vocês. Estou me sentindo a filha que vai apresentar o namorado para os pais, relevem. O caso é que eu gostaria de morar dentro de um filme dele, porque, gente, muito amor! ♥

Os Excêntricos Tenenbaums
Os filmes que eu assisti e indico são: O Grande Hotel Budapeste, Os Excêntricos Tenenbaums, Hotel Chevalier (que é um curta que precede Viagem a Darjeeling) e Moonrise Kingdom. 

Pra finalizar, encontrei alguns vídeos de compilações de cenas mostrando as características marcantes que eu falei lá em cima e vou deixar os links pra vocês assistirem, caso interesse:


22 julho 2014

Filmes sobre a idealização do amor perfeito


Eu costumo falar aqui sobre os filmes que eu assisto na esperança de que vocês encontrem nas minhas indicações algo de útil para assistir e levar para a vida. Embora não seja muito de fazer sinopses ou análises, eu gosto de pegar um tema abordado em algum filme e falar sobre ele, fazendo relações com a obra, com vida real e com as minhas opiniões. Mas hoje, buscando fugir um pouco desse padrão, eu resolvi trazer três indicações de obras que abordam um tema que eu acho muito interessante: a idealização da pessoa perfeita, do amor ideal e é isso que Lars and the Real Girl (A Garota Ideal), Ruby Sparks (A Namorada Perfeita) e Her (Ela) têm em comum.

Cada qual à sua maneira, os filmes mostram sobre como é se apaixonar por alguém que nós idealizamos, alguém que, à princípio, é tudo o que nós achamos que precisamos. Um ponto em comum em todas as tramas citadas é que os protagonistas percebem que mesmo quando encontram a pessoa que julgam ideal, as coisas não são tão perfeitas quanto eles imaginavam que seriam. Porque o amor é assim. Por mais que nós tenhamos nossas ideias pré-estabelecidas do que nós queremos encontrar numa pessoa, suas qualidades, nós percebemos que muitas vezes seus defeitos é que são apaixonantes e nos completam. 

· Lars and the Real Girl ·


· Resumo: Lars é introspectivo, não consegue se relacionar com as pessoas ao seu redor e resolve encomendar uma boneca de plástico que pode ser fabricada exatamente aos moldes do que ele considera ideal para lhe fazer companhia. Com a chegada de Bianca, o homem cria toda uma história para ela, uma personalidade, passando a acreditar que ela realmente tem vida. Seguindo a orientação da médica da cidade, todos entram na alucinação do protagonista e passam a tratar Bianca como se ela fosse mesmo real. Apesar de ser um drama, chega a ser engraçada a forma como Lars se relaciona com a boneca. 

· Destaque para: a atuação fenomenal de Ryan Gosling e a Bianca segurando o menino no colo, cena impagável.

· Ruby Sparks ·


· Resumo: Calvin é um escritor que está passando por uma fase de bloqueio criativo. Assim como Lars e Theodore, ele também é muito solitário e sente dificuldade em se relacionar com as pessoas. Seguindo a orientação do seu terapeuta, ele escreve sobre como seria a mulher ideal para ele e Ruby magicamente aparece, exatamente da forma que Calvin imaginou. O filme me surpreendeu positivamente pelo conteúdo abordado de forma tão profunda, mas o final clichê deixou um pouco a desejar. Ainda assim vale a pena ser assistido.

· Destaque para: a química entre o casal de protagonistas e para as armações arredondadas dos óculos do Calvin.

· Her ·


· Resumo: O tema principal do filme é outro (e eu já falei sobre ele aqui), mas a dificuldade do Theodore em se relacionar com as pessoas e a forma como Samanta passa a ser a idealização de mulher perfeita para ele - apesar de ser apenas um OS - passa a mensagem sobre o amor e suas idealizações. Assim como os protagonistas dos filmes anteriores, Theodore não consegue viver um romance real, mas a lição que fica das obras é que nós não podemos simplesmente idealizar alguém e esperar encontrar uma pessoa exatamente naqueles padrões, pois mesmo que por um milagre da natureza aparecesse alguém que julgamos "perfeitos" para nós, teríamos problemas, discussões, essas coisas, pois tudo isso faz parte de um relacionamento saudável. Afinal, estamos falando de duas pessoas diferentes, mas que diante dos atritos elas devem aprender a se moldar - um ao outro - de forma que ambos cresçam e se beneficiem juntos.

· Destaque para: Scarlett Johansson que consegue ser magnífica mesmo usando apenas a voz e para os óculos, o bigode e todo o figurino do Theo (qual é o meu problema com óculos de armações arredondadas?).

Bom, gente, acho que é isso. Talvez eu só tenha gostado tanto desses filmes que eu precisava indicá-los, mas acho realmente esse tema válido de ser refletido.