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05 dezembro 2014

"Cabeça do Gregorio"



Terminei de ler "Put Some Farofa", do Gregorio Duvivier, há poucos minutos e sentei em frente ao computador pra escrever sobre. Eu, que gosto de escrever sobre um livro logo que leio a última página para aproveitar que as informações ainda estão fresquinhas na cabeça e as emoções afloradas, me vejo sem ideias de como colocar minhas impressões no papel - ou na página de postagem, nesse caso em particular. 

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Trouxe o livro e coloquei-o empezinho sob a mesinha que serve de apoio para o meu notebook, mas nem a carinha meio "sem jeito" impressa na capa, característica do Duvivier, me encarando, consegue me dar o empurrão necessário pra colocar pra fora tudo o que eu estou sentindo. Quem sabe valha à pena reler alguns textos que marquei com post-its. Sei lá, vai que surge uma ideia. 

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O livro, composto de crônicas, esquetes e textos inéditos e não-inéditos nos apresenta as mais variadas facetas de Gregorio: ator, roteirista, cronista e poeta. Ele fala sobre política, literatura, tecnologia, amizade, amor de um jeito que só ele sabe. Apesar de já ter lido as crônicas que foram publicadas na Folha e assistido às esquetes do Porta dos Fundos, não me custei de ler tudo novamente, só pra ter aquela sensação única que tenho lendo Duvivier. 

A obra é composta por quatro capítulos que são intitulados a partir de textos (ou alguma frase dos textos) contidos dentro deles. Em "Grande, pequeno, gigantescos", por exemplo, temos textos (entende-se que crônicas e esquetes também se incluem) e reflexões sobre o amor e seus vários pontos de vista. A frase que intitula o capítulo foi retirada da crônica "grande-amor-da-vida", uma das minhas preferidas do livro, da qual retiro a frase, sob pretexto de menção honrosa: "ele precisava tanto ser feliz que não foi". "Cruzada elucidativa a favor da família brasileira" fala sobre as pessoas, no geral, sobre religião, política e sobre a inter-relação existente ali. O autor deixa suas críticas implícitas e explícitas, recheadas de ironia e sarcasmo. "Put some farofa" contém uns textos mais randômicos, inclusive aquele vídeo do Porta que eu adoro: "Drébito", enquanto "o mundo, paradinho, tem a maior graça", capítulo mais intimista do livro, nos traz cartas do Gregorio-mais-novo para o Gregorio-mais-velho, constatações sobre seus 1,68 cm - que ele afirma serem 1,69 cm, uma crônica/declaração de amor ao seu irmão, desilusões sobre Papai Noel e a minha crônica preferida do capítulo: "amizade platônica (o Prata e eu)". 

Resumindo: Put Some Farofa é um livro completo. Passa longe do egocêntrico, sem deixar de sê-lo. Em todas as linhas temos implícito o amável Gregório que abre sua vida, seus gostos e convicções pra quem quiser ler, faz rir sem querer e me fez ficar emocionada em um momento pontual (citarei posteriormente). 

A leitura é sensacional! Eu, que estava super ansiosa para ler, com as expectativas lá em cima, não me decepcionei em nenhum momento. Está aprovado e indicado. 

No último capítulo, em uma carta do Gregorio-mais-velho para pequeno Gregorio de 7 anos de idade nós temos o seguinte trecho:

"(...) Você não briga mais com seus irmãos, que são seus novos melhores amigos, além do Rodrigo e da Julia, que tão namorando (você que apresentou). E você, tcharã: acabou de se casar. Foi mal, não foi com a Fanny. Mas foi com uma menina muito mais linda (mal, Fanny). Ela toca violão. E não só Beatles. Músicas dela. E um dia a gente vai ter cachorros. Ou filhos, o que vier primeiro. E daí eu juro que volto a brincar de torremoto. Por enquanto, a vida tá corrida, uma espécie de paratiparara. Aliás: aproveita enquanto você acha graça nessas coisas. E aproveita enquanto sua avó tá viva. Você vai sentir falta." 

Chorei por motivos de: Gregorio e Clarice separaram.
E falar de vó é covardia. 

Achei dolorosamente bonito. Ou lindamente doloroso. 

3 comentários:

  1. UGH. Não engulo essa separação deles. :( Fiquei super triste na medida do ser possível ficar triste com uma separação de famoso.

    Quero muito ler o livro, mas no momento ando numa vibe YA que nem sei quando vou colocar as mãos nele.

    Beijo!

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  2. Uns amigos também comentaram acerca dessa faceta literário do Gregório. Para mim ele só era mais um cara engraçado no Porta dos Fundos. Li alguns trechos dos textos dele e são realmente interessantes, o tom leve, despretensioso e, ao mesmo tempo, reflexivo me capturou.

    Mais uma boa dica sua Brendha ;-)

    O Mundo Em Cenas

    Beijos

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  3. Olá!

    (Primeira vez aqui no blog =D )

    Eu não sou muito fã deste gênero, mas confesso que estou curiosa para ler o livro dele, pois gosto do ator. E pela sua resenha, o livro deve ser realmente muito bom!

    http://refugiorustico.blogspot.com.br/

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