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11 outubro 2014

Um submarino chamado saudade

Saudade é tipo um submarino que pode ficar submerso durante muito tempo. Ali quieto, na sua, tranquilo. Em outros termos, é um sentimento que está sempre no nosso subconsciente, mas passa longe da ponta do iceberg, por isso nós conseguimos conviver com ele e ir levando na maior parte do tempo. 

A saudade está diretamente ligada à solubilidade das pessoas, das coisas, de tudo, infelizmente. Afinal, você pode sentir saudade de alguém que partiu de fato ou sentir falta de alguém que não é mais a pessoa que costumava ser. Simples assim. Complicado assim. E o jeito é lidar com. Sem fazer beicinho, sem deixar de lado. 

O diabo da saudade é que ela é bipolar. Enquanto nos traz lembranças, nos faz pensar em coisas que preferíamos esquecer (pois nunca serão tão boas quanto já foram ou totalmente o oposto), ela também pode ser a sustentação de lembranças boas o suficiente para nos impulsionar a tentar fazer novas memórias tão boas quanto (ou melhores que) as antigas. 

Mas quando ele resolve subir ao nível do mar, sai de baixo! Esquece o romantismo e a poesia que ela inspira. Se prepara porque lá vem bomba. 

Daí que hoje eu acordei com saudade. Aquela que faz o coração apertar e o cérebro insistir em vagar pelas memórias de um passado que parece estar há milhas de distância. Hoje eu acordei querendo esquecer, mas entendi que quanto mais eu tento, mais eu lembro.

Pra distrair, comecei a pensar em todas as coisas maravilhosas que aconteceram e me faziam antecipar a saudade que eu sentiria quando elas acabassem. Pensei também em todas aquelas que foram se desgastando, deixando de fazer sentido, até irem embora sem deixar nenhuma lacuna. Simplesmente se foram, sem dor, sem saudade. E finalmente me conformei. Entendi que a saudade precisa ser sentida. Significa que, no fim das contas, algo valeu à pena. 

É né.... estar rodeada de gente e só precisar de uma. Triste verdade!
Esse. Filme. <3

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