Páginas

12 junho 2014

Dezenove

Birthday 19 :)

Hoje eu acordei, levantei da cama, fiquei me olhando no espelho por um tempo e pensei em silêncio: então é assim que a gente se sente com 19 anos?

É. Deve ser.

Depois disso, segui minha rotina normal. Já estou acostumada a ficar em casa nas quintas, visto que não tenho aulas nesse dia, e assim foi. Não teve nada diferente ou extraordinário. Exceto por uma visita da minha mãe ao meu quarto, logo pela manhã, para me dar um abraço de parabéns, e pelas mensagens por sms, facebook, whats, telefonemas, essas coisas, que recebi de amigos, parentes, colegas, conhecidos, enfim. Não fosse por isso, essa quinta-feira seria apenas mais uma. E isso me fez pensar e querer falar sobre algumas coisas. Pra variar.

Há exatos 4 anos, em 2010, eu recém tinha completado 15 anos. Os tão esperados quinze anos, a data mágica para quase todas as meninas, o momento pelo qual eu aguardava ansiosamente. Com 14 anos eu acreditava que ao completar 15 eu chegaria no auge da minha vida. Hoje, aos 19, vejo que ainda não cheguei nem perto disso. O fato é que de 14 para 15 anos eu esperava que as coisas mudassem drasticamente, esperava uma revolução na minha vida – acho que eu assistia a filmes demais. Mas a realidade foi que eu cresci pouco naquele ano. Tecnicamente, aquele "rito de passagem" de menina para mulher era para ter acontecido lá, mas pra mim poucas coisas mudaram de fato. Este ano, passando de 18 para 19, me vejo tão crescida, amadurecida, tão diferente do que eu costumava ser há 4 anos que posso afirmar que, agora sim, eu me tornei uma mulher. Ou que estou bem perto disso.

Agora vejam só vocês. Meu rito de passagem foi aos 19 anos. Dezenove. Dez e nove? Um número tão chinfrim. Nem múltiplo de cinco é. Nem par é. Tão sem graça, tão sem nexo... Mas aí é que está! Não existe uma data, um marco, um número, uma fórmula exata. A gente amadurece aos poucos, sem se dar conta, e quando vê que já não é mais quem costumava ser, leva um baita susto. Como eu levei hoje ao me encarar no espelho.

Durante o dia me peguei pensando em como tudo aconteceu de uns 4 anos para cá. Tanta coisa mudou. Tantas pessoas apareceram, reapareceram, tantas pessoas foram embora, algumas permaneceram, outras nem esquentaram o lugar... Meus pensamentos, minhas prioridades, minhas opiniões, tudo está tão diferente, tão mais estável, mais palpável. Aquela menina do ensino médio, que não tinha muita certeza das coisas, hoje é uma universitária com planos bem concretos pro futuro e já está dando os primeiros passos para realizá-los. Eu mudei, cresci, evolui bastante e posso dizer que estou bem contente com isso. Apesar de não ter esperado ansiosamente pelos 19 anos, digo que eles estão sendo uma grata surpresa, já nas suas primeiras horas.

Enfim. Já é quase meia-noite e o "meu dia" está acabando. Eu não pretendia escrever nada hoje, mas se teve uma coisa que se aflorou em mim com o passar dos anos foi o gosto pela escrita - acho que esse é um dos poucos resquícios do meu eu de anos atrás.

Obrigada a todos que me desejaram felicidades, parabéns, etc. Aproveito para agradecer também, de forma geral, os comentários e dizer que fico imensamente feliz em poder compartilhar minhas experiências e até mesmo o meu amadurecimento com vocês. Então é isso...

Até mais!

09 junho 2014

Lolita



Clique aqui para ouvir a trilha sonora desse post, porque o gênio aqui não conseguiu colocar um player com a música.

Prepara a pipoca e o refrigerante (café, no meu caso), se ajeita na cadeira - ou na cama, porque com esse frio ninguém merece ficar congelando fora das cobertas - e senta que lá vem história!

Comecei a ler o livro "Lolita" esses dias e ele é tão bem escrito, mas TÃO BEM escrito, que seria impossível eu não abrir um mega parênteses pra dizer que eu queria ter, sei lá, 1/3 da capacidade que o Nabokov tem de se expressar, detalhar as cenas e criar personagens tão profundos. Sério. A leitura flui maravilhosamente bem e uma frase aparentemente simples, uma ação rotineira, um mero detalhe nas mãos do escritor vira poesia. Ele escreve de uma forma extremamente rica e isso faz com que você consiga imaginar a cena na sua cabeça - e no filme dá pra tirar a prova, pois foram pouquíssimos os detalhes que diferiram entre a obra escrita e o filme de 62, dirigido pelo Kubrick. Mas como ainda não terminei de ler o livro (só dei uma espiadinha nas últimas páginas de leve), vou comentar minhas impressões exclusivamente sobre o filme, fazendo eventuais comparações.

Ainda antes de começar, gostaria de dizer que: sim, o filme é todo em preto e branco. Sim, a qualidade da imagem não é das melhores, assim como o áudio. E, sim, ele poderia muito bem ser um filme pro qual você torceria seu narizinho se estivesse passando no Telecine Cult. Mas peço, por favor, que não deixe esses detalhes lhe impedirem dar uma chance à obra. Vale até recorrer ao mais recente, de 97, mas não deixe de fazê-lo. Ok? Ok.

Agora, sim, podemos ir para a análise. 

A obra é narrada em primeira pessoa - tanto no livro quanto no filme - pelo professor de literatura francesa Humbert Humbert e isso é um ponto que eu não poderia deixar de comentar. Tendo em vista sua sanidade mental questionável, não confio totalmente nos fatos expostos. Ele pode ter alterado uma coisinha aqui e ali a respeito das atitudes de Lolita, exagerado em seu comportamento "nymphet", mas mesmo assim basearei minha tese levando em conta a veracidade dos fatos expostos por ele. 

Dolores Haze, Lo, Lola ou simplesmente Lolita, é uma garota de 12 anos, o pai já falecido, que mora com sua mãe, Charlotte Haze. Elas aparecem na narrativa quando Humbert precisa alugar um quarto para ficar e acaba chegando à casa delas seguindo indicações. O nosso querido professor não se vê inclinado a ficar na "pousada", visto que a mamãe Haze é espalhafatosa, chata, fala demais e [insira defeitos aqui], mas ao conhecer o jardim da casa ele decide, rapidamente, que encontrou seu lugar. Assim, sem motivo aparente...


Eu disse jardim? Sem motivo aparente? Ah, claro. Quase me esqueço de mencionar o detalhe da foto acima. Na sua visita ao jardim, Humbert se depara com essa cena. E a mamãe Haze ainda pergunta qual o fator decisivo para que ele optasse por ficar hospedado ali. Pobre mulher. Será que ela não se deu conta que as belíssimas flores da primavera encantaram o professor?

O fato é que, como mencionei lá em cima, Humbert pode muito bem ter manipulado os fatos, mas que Lolita era uma menina com a sexualidade aflorada, ah, isso não se pode negar - principalmente em suas atitudes no filme. Aliás, ela também era bem espertinha, irônica, mimada e egocêntrica, além de engraçada demais. Os diálogos entre ela e a mãe são impagáveis. Porém, se ela fosse minha filha, deixo claro pra vocês, não haveria "Lei da Palmada" que me impediria de dar uma boa surra na garota (faltou chinelo pegando, hein, dona Haze?). Em todo caso, como não sou personagem do Nabokov mas sim Charlotte, inteligente como era (só que não), boa mãe e tudo o mais (só que não, só que não), resolveu que a melhor saída para lidar com a (lê-se: se livrar da) filha rebelde era nada mais nada menos do que, tchanãnãnanã, suspense no ar, enviá-la para um acampamento só para meninas e, depois disso, matriculá-la em um colégio interno para ficar lá tipo, sei lá, o resto da vida. Que amor de mãe, né gente? 

Mas tudo bem, prossigamos. Charlotte se declara para Humbert através de uma carta, meio que desejando que ele fique, meio que expulsando ele da pensão, pois não dava mais para viver-com-ele-sem-possuí-lo. Ele ri sadicamente da carta, mas não vai embora, pois está apaixonado demais por Lolita para deixá-la (de boas, né? Falo isso como se fosse a coisa mais normal do mundo, enfim, é grotesco). Sentindo a obrigação lhe puxar pelo calcanhar, Humbert toma postura e decide ficar - com Charlotte, por Lolita. Eles se casam e, logo após, em um fatídico acidente a mais nova Sra. Humbert acaba morrendo, poupando nosso protagonista de sujar suas lindas mãozinhas em um homicídio (sim, ele estava planejando o crime perfeito que não saia de sua mente doentia). Enquanto isso Lolita estava no acampamento. Após os acontecimentos, "Papai" Humbert vai correndo buscar a menina e decide partir em uma série de viagens, só os dois, sem contar para ela que agora ela era órfã de pai e de mãe. Um mero detalhe, não é mesmo? Quem não esqueceria de mencionar?

Tá bom, Lolita, eu prometo. Mas e você, seu pequeno diabo, promete também?
Lá para as tantas, ele acaba se vendo obrigado a desmentir que Charlotte estava no hospital e a menina Lolita cai em prantos. A mãe era odiosa, insegura, irritante, desequilibrada, mas ainda assim era sua mãe. Lo pede que Humbert não a abandone, pois era melhor ficar com ele do que ir para um abrigo para crianças órfãs - palavras da própria - e nosso protagonista acredita estar vivendo um sonho, afinal, aquela era a declaração de amor que ele sempre quis ouvir. Sabe de nada, inocente.

Já me estendi demais, mas realmente fiquei empolgada com o filme e seus personagens. São, como eu já disse, tão profundos que parece que pulam da tela pra conversar com você. 

Professor Humbert Humbert é um cara inteligente, com uma voz cordial e até seria um partidão se não fosse completamente maluco e repulsivo. Confesso que eu gostaria que ele lesse pra mim (com seus comentários, pfvr) um poema de Edgar Allan Poe, assim como ele fez para Lo, se eu não soubesse que ele é um sádico do pior tipo.

E a trilha sonora, gente? E as roupas, os cenários, tudo, em si, que me fizeram sentir, de fato, nos anos 60? Quase peguei um vestido rodado e saí por aí dançando (não), porque essa época foi muito amor (sim). Por isso recomendo assistirem a essa versão do filme, o preto e branco vira charme e nas quase 3 horas de filme seus olhos não desejam ver outra coisa se não o que irá acontecer com os personagens.

Eu fiz minha parte, comentei detalhes com vocês e passei minhas impressões, mas pra conhecer melhor os outros personagens, a trama em si e tal, você PRECISA ir correndo assistir ao filme e ler o livro. É impossível resumir em uma mera análise todas as sensações que a obra transmite. É uma história polêmica, sim, mas tem toques de bom humor, ironia, sadismo, basta que você vá assisti-la de mente e coração abertos. 

Ah, quase ia me esquecendo...

Eu disse que parece que os personagens são tão reais que parecem pular da tela pra conversar com você, né? Numa dessas saídas a Lolita veio falar comigo e deixou um recadinho pra você, especialmente você, que passa no blog e não comenta:



Brincs,
Lolita te despreza.

06 junho 2014

Divagações sobre "American Psycho".


Esse texto contém spoilers!

Assisti ao filme “Psicopata Americano” ontem e ainda estou tentando digerir a história.

Como de costume, assim que terminei de assistir à obra (3 da manhã), fiquei olhando pra tela do computador com cara de boba e pensando sobre o que eu tinha acabado de ver, ruminando os detalhes e essas coisas. Depois disso, fui procurar opiniões a respeito do filme e ver com quais delas meu ponto de vista se encaixava. O fato é que todas as “resenhas” e análises que li falavam basicamente sobre a mesma coisa: a presença da crítica sobre o consumismo exacerbado e individualismo, além da ótima atuação de Bale e que DiCaprio tinha desistido do papel. E só. Isso não me bastou e as questões a respeito do filme em minha mente só faziam crescer.


Já eram quase 4 da manhã quando me peguei pensando que todos os personagens (os amigos do Patrick, o policial, exceto sua secretária) poderiam muito bem ser fruto da sua imaginação. Por que não? O cara era um psicopata, no final das contas. Poderia criar todos aqueles “amigos” a partir de pequenos fragmentos de sua própria pessoa e isso justificaria o fato de todos eles serem muito parecidos, usarem as mesmas grifes e apresentarem o cartão de “vice-presidente”. O policial, no entanto, poderia representar seu grito interno de socorro, o único fio que o segurava à sanidade que se esvaia, um resquício de ordem/lei dentro da conturbação interior que o sufocava. Porque como seria possível ele (o policial) sacar o exato CD que era o mesmo que Patrick deixara tocando enquanto matava Paul? Quanto à secretária, acredito que ela pode ter existido de verdade na obra, pois era uma personagem “diferente”. Não fazia parte daquele mundinho fútil e de competições. Li algumas críticas insinuando que ele não a matou por esse motivo, mas na cena em que ele iria cometer o homicídio, seu telefone toca repentinamente e ele fica visivelmente atordoado. Acredito que nesse momento ele “despertou” de uma espécie de transe e se deu conta de que aquilo não acabaria bem, tanto que permitiu que ela fugisse.


E os crimes que ele cometeu? Teriam sido de verdade? Pois na cena em que ele sai arrastando seu colega Paul (que acabou de levar machadadas até a morte) enrolado em um saco de dormir, o rastro de sangue o persegue por um tempo e depois simplesmente some. Misteriosamente. Teria sido um outro transe? Apenas a imaginação de protagonista realizando seus desejos mais profundos figurativamente? Aliás, ainda enquanto colocava o corpo no porta-malas de um táxi, um outro “colega de trabalho” aparece e a única pergunta que ele faz é sobre o saco de dormir. Aí entro em dúvida: a indiferença por parte dos personagens “secundários” seria a representação de egoísmo, futilidade? Ou teriam eles sido fruto da imaginação doentia de Patrick?

De forma geral, eu costumo gostar de psicopatas e caras maníacos (na ficção, que fique claro). Exemplos: estou lendo “Lolita” e Humbert Humbert roubou meu coração com a forma como ele sabe escolher perfeitamente as palavras que usar e suas descrições impecáveis. Dr. Lecter dispensa comentários. Jack, d’O Iluminado (se encaixa aqui?) é encantadoramente assustador. Mas Patrick não conseguiu me conquistar. Apesar dos rituais de beleza que me fizeram ficar hipnotizada por minutos a fio, os banhos (!!), as séries de exercícios e o seu charme, eu achei-o descontrolado por vezes e psicopatas inseguros não fazem o meu tipo.

momentos

Terminei essa "análise" com mais dúvidas do que tinha e poucas respostas, mas de forma geral filmes assim é que vale a pena serem assistidos: aquelem que explodem o seu cérebro (sdds Clube da Luta) e te deixam com ressaca cultural. 

E vocês, já assistiram? Comentem aí! 

01 junho 2014

"Everything's a copy of a copy of a copy..."


Peço licença poética pra usar a frase-título do post e esse gif de Clube d* **** em um contexto totalmente diferente do que eles foram inseridos no filme e no livro. Acontece que eu não conseguia pensar em nada que descrevesse melhor o assunto que eu vou tratar nesse texto, então vamos lá.

Dia desses eu estava conversando com uma colega sobre relacionamentos. Minto. Eu estava ouvindo as lamentações dela, choramingando porque o affair da vez era do tipo "não caga, mas não desocupa a moita" - os dois se gostam, ele não quer perder ela, mas não quer assumir um relacionamento sério. E isso me fez pensar um tanto até que parei de colocar panos quentes sobre a situação e mandei a real pra ela: segue o lema da OLX - e da Isabela Freitas também, desapega! Cai fora. Não que ela tenha o seguido o conselho, mas a minha parte eu fiz. Porque se a gente for parar pra analisar, não precisa ser nenhum Freud pra perceber que as relações, as pessoas, em si, são a cópia, da cópia, da cópia... Como num ciclo vicioso, relacionamentos começam e terminam todos os dias pelos menos motivos. Sempre. E as pessoas parecem não se dar conta disso.

Até porque relacionamentos são simples em sua essência, o complicado são as pessoas. Infelizmente, os relacionamentos são feitos de pessoas e é isso que ferra tudo. É claro que não dá pra generalizar, de forma alguma, inclusive acredito naquela teoria de que o meio em que vivem muda as pessoas, mas acredito também que se você pegar umas três experiências amorosas aleatórias - sejam suas ou de terceiros - todas elas terão os mesmos ingredientes e, possivelmente, os mesmos motivos pelos quais não deram certo. As pessoas mudam de nome, de endereço e de aparência de uma pra outra, mas o que não muda são as questões internas e a forma como se relacionam com os outros. 

Onde eu quero chegar com tudo isso? Bom, talvez você já tenha se deparado com alguma situação em que pensou "puts, parece que eu já vi esse filme antes", certo? Quer saber uma coisa? É bem possível que, de fato, você já tenha visto mesmo ou até mesmo vivido aquilo de forma indireta. E o que eu não entendo é como, sabendo de tudo isso, a gente ainda insiste em quebrar a cara. Errando de novo, e de novo, e de novo. Como uma eterna cópia da cópia...

Agora sou obrigada a jogar as cartas na mesa: a gente se fode porque quer. A gente insiste numa relação sem futuro porque quer. A gente não muda e persiste no erro porque quer. Porque nós sabemos, no fundo, que as pessoas são todas iguais e, mais ainda, sabemos que geralmente elas não valem à pena. Não me chamem de pessimista, porque é a mais pura verdade. Pouquíssimas são as pessoas que nos acrescentam alguma coisa. Mas como já dizia Bukowski, "o problema é que tenho que continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar esse computador, se eu quiser dar a descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Preciso dos desgraçados para as menores necessidades, mesmo que eles mesmos me causem horror." E não é isso mesmo? Ainda que sem querer a gente precisa se relacionar com as pessoas, não dá pra evitar. Mas em se tratando de relacionamentos a história muda. Amorosamente a gente se envolve com quem quer. E a gente deveria usar esse livre arbítrio de forma mais consciente e escolher a pessoa certa, só pra variar. 

Você já deve estar dando uns tremeliques aí na sua cadeira e pensando "ela tá ficando louca, só pode, como é que eu vou escolher de quem eu gosto? Eu não mando no meu coração!" e eu nem vou discordar porque isso é bem verdade (não a parte que tô ficando louca, ah, vocês entenderam). Mas a questão não é escolher por quem se apaixonar, sim escolher com quem se relacionar

Voltando ao causo que citei no início do texto, minha colega sabe exatamente que essa relação não vai dar em nada, mas mesmo assim continua insistindo (lembrando que ela tem histórico de desilusões amorosas nesse sentido, já deveria estar expert em prever quando um relacionamento não tem futuro, enfim). E eu nem vou ser aquela pentelha que, quando tudo dá errado fala "eu avisei...", juro, mas... Que eu avisei ninguém pode negar. Então acho que todo esse texto pode se resumir nisso: tenha um mínimo de bom senso antes de escolher com quem se relacionar. Conheça bem a pessoa e já no primeiro mau sinal, caia fora. Assim mesmo, sem olhar pra trás. Escolha bem, seja crítica e racional. Isso evitará muitas desilusões e o chororô posterior. 

Seguindo esses conselhos, você pode muito bem passar a vida sem encontrar ninguém com quem queira se relacionar, já que você vai estar refinando melhor as pessoas e a maioria delas simplesmente não vale à pena. Mas quando você finalmente encontrar alguém e perceber que sim, tem futuro, que vocês acrescentam algo um ao outro e que as borboletas no estômago são correspondidas, tudo passará a fazer mais sentido. 

Outro aspecto que vale ressaltar é: aprenda com seus erros. Os relacionamentos são cópias de cópias (sim, vou bater nessa tecla até o fim), então use antigas decepções para aperfeiçoar futuras relações. Porque, como eu já disse, a gente se fode e insiste no erro porque quer, então vamos nos conscientizar, né?

-

Eu tento fazer um texto reflexivo e acabo caindo sempre no tom de auto-ajuda, mas esse é um assunto que eu vinha pensando bastante a respeito e acredito que é algo tão simples, mas que demoramos muito pra perceber. E essa demora nos custa tempo, empenho e energia que poderia ser gasta com tantas coisas mais úteis, como ler os meus textos e tal. Enfim. Reflitam sobre isso e venham me contar suas conclusões nos comentários.

Até!

31 maio 2014

Aquele sobre as coisas simples da vida

Cena do filme "Apenas o Fim".

*Ou: 
1. sobre como eu gostaria de ser a musa de alguém.
2. são quase três da manhã, perdoem-me os devaneios.

Aprendi a observar e dar valor às coisas simples da vida com a minha avó, provavelmente, porque é sempre ela que me vem à mente quando falo de simplicidade em tom poético. Entrando, portanto, nesse assunto, lembrei que dia desses assisti ao filme "Apenas o Fim", uma obra nacional que não me chamaria muito a atenção se eu não tivesse visto que quem estrelava era o Gregório Duvivier - aquele do Porta dos Fundos, que é fofo e engraçado e inteligente e quando tá de barba (principalmente) faz qualquer uma querer ser a Clarice Falcão de alguém, com narigão e tudo. Bom, voltando ao filme, eu o assisti e gostaria de enfatizar que ele é de uma simplicidade e poesia tão pura e linda que dá vontade de tatuá-lo na testa. Cada diálogo, cada frasezinha bonitinha, cada referência, cada cena que o casal de protagonistas está deitado na cama e passa aquela sensação de conforto, dá uma vontade imensa de ter alguém pra simplesmente deitar a cabeça no seu colo e ficar a tarde toda fazendo cafuné, sentindo os fios de cabelo passando por entre os seus dedos como se não existisse fome, poluição ou corrupção. Como se o mundo ficasse no pause enquanto a gente curte o momento, porque é isso que faz sentido - as coisas simples da vida. 

Daí que eu sempre faço toda uma introdução porque não consigo simplesmente chegar e largar o que eu quero dizer sem antes fazer algumas voltas. Mas enfim. O que, de fato, me trouxe até aqui foi um poema escrito pelo  ator que interpreta o protagonista do filme supracitado, o Greg (ó a intimidade), que escreveu o livro "Ligue os Pontos" que se tornou um dos meus desejados-pra-ontem e é totalmente dedicado à Clarice e abro um parenteses pra dizer que esses dois formam o casal mais cute-cute que eu consigo lembrar. O poema que me fez querer materializar o livro em mãos, que se encaixa na simplicidade poética que é o âmago desse texto e da vibe que estou sintonizada no momento, é este:

"se eu fosse um faraó do egito antigo
não me faria falta o carnaval do rio
o ipod o iphone o iogurte grego
o mate de galão ou o miojo
de galinha caipira eu viveria feliz
por meses entre múmias e deuses
com cara de cachorro — ou quase:
a única invenção cuja inexistência
me obrigaria a tomar o cianureto
mais em voga das maravilhas do mundo
moderno a única que me faria falta
é você (e talvez quem sabe o ar
condicionado, mas sobretudo você)."


Aproveitando o ensejo, jogo uma dúvida no colo de vocês: porque é que os caras cismam em achar que as mulheres querem que eles lhes ofereçam as estrelas, sendo que um poema - bem mais palpável e realizável - já bastaria? Ou então, em alguns casos, até mesmo essa carinha de bobo-apaixonado-admirando-a-amada que o Gregório faz na foto a seguir já era suficiente...



Eu nunca sei terminar textos, então esse vai acabar assim. 
Fim.

29 maio 2014

Silêncios desconfortáveis.


Esse ano eu comecei a desenvolver meu lado pseudo cinéfila e nesses cinco meses de 2014 eu assisti aos melhores filmes da minha vida. Se eu for pesar em uma balança, levando em conta o quesito "qualidade", todos os filmes que eu já assisti em todos os meus 18 anos de vida não equivalem aos que tenho assistido. Sintam o drama. Porque eu nunca fui fã de cinema e assistia somente às comédias românticas que passavam na TV e olhe lá. Nunca fui de pesquisar sobre diretores, trilhas sonoras nem nada do tipo, mas algo mudou e eu passei a me interessar pelo assunto. Tive influências, claro, e sou muito grata por isso. Inclusive foi seguindo uma indicação de um amigo que assisti Pulp Fiction, aquele filme velho que eu nunca tive interesse em conhecer... E foi assim, sem expectativas, que abriu-se minha porta de entrada ao mundo do gosto pelo cinema. E é sobre um trechinho em específico desse filme que eu vim comentar com vocês hoje.


Não tô aqui pra fazer resenha nem nada do tipo, portanto vamos pular as apresentações. Aliás, a cena a qual me refiro também não é a talvez mais famosa do filme - que está no gif de abertura do post - mas sim uma conversa entre a Mia e o Vincent. Os diálogos do filme são impecáveis (Tarantino, seu lindo) e esse em especial revela uma verdade absoluta:

Mia: "Don't you hate that?" Você não odeia isso?
Vincent: "What?" O que?
Mia: "Uncomfortable silences. Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?" Silêncios desconfortáveis. Por que sentimos a necessidade de tagarelar besteiras para ficar confortável?
Vincent: "I don't know." Não sei.
Mia: "That's when you know you found somebody special. When you can just shut the fuck up for a minute, and comfortably share silence." É quando você sabe que encontrou alguém especial. Quando você pode simplesmente calar a boca por um minuto e dividir o silêncio confortavelmente.

Assim que o diálogo acabou, eu fiquei olhando pra tela e pensando: PUTA MERDA. Aquele sentimento que eu já havia sentido tantas e tantas vezes, mas não sabia como colocar em palavras estava agora ali, diante dos meus olhos, e uma avalanche de lembranças começou a invadir a minha mente. Porque é isso. Quando você pode passar horas ao lado de alguém sem precisar tagarelar besteiras para se sentir confortável, você sabe que aquela pessoa é especial. Porque para compartilhar o silêncio nós precisamos de um nível de afinidade fora do comum. E essa fala aparentemente simples consegue traduzir um grande sentimento.

Para se relacionar com alguém, você busca interesses em comum. Vocês conversam, se conhecem e se os santos baterem, levam uma amizade ou algo mais adiante. Todos os relacionamentos se baseiam em conversas, basicamente. Mas acredito que as relações mais especiais se encontram nesse ponto: o silêncio. Quando um olhar basta. Quando não é preciso preencher as entrelinhas para que a presença faça algum sentindo. Quando nada é preciso ser dito para que tenha fluidez. Essa é a mágica. O silêncio pode ser um grande aliado, mas também pode ser o seu pior inimigo. Ele divide águas. E quando você permanece ao lado de alguém em silêncio e consegue sentir prazer nisso, parabéns, você está dentro de algo especial.

Sendo assim, não acho que nada mais precisa ser dito. 

Enfim, era isso. Só gostaria de compartilhar com vocês um dos meus trechos favoritos do filme e recomendar a obra a quem ainda não assistiu.

Até mais!

Tô viva!


Tô sumida, eu sei. Bem sumida, por sinal, mas eu nunca prometi que postaria com frequência então não me venham com chorinho (brincs). O caso é que eu senti falta de atualizar o blog e resolvi dar uma passadinha aqui na pausa que fiz nos estudos de micro (blé). Detalhe: passa das 3 da manhã. É o final do semestre chegando, vocês sabem... 

Enfim. Esse mês foi um dos mais tranquilos que já tive. Tive uma prova só (pasmem), uma semana de Jornada Acadêmica (palestras sobre assuntos relacionados à odonto) e muito conteúdo pra digerir. Muito. Mas como felicidade de pobre dura pouco, toda a tranquilidade de maio vai acabar logo, logo, assim que a folha do calendário for arrancada, dando lugar à Junho. O mês 6, por sua vez, vai ser bem agitado. Copa, 4 provas, 4 seminários pra apresentar, meu aniversário (♥)... Tantas coisas pra estudar, tão pouco tempo. Confesso que ando meio relaxada e não estava mais estudando tanto, mas hoje retomei meus estudos fervorosos e pretendo seguir nesse ritmo até o final do semestre. Que tá logo aí. Nem posso acreditar.

É com vergonha que digo que meu Expresso Hogwarts estacionou. Não abandonei a leitura, de forma alguma, mas confesso pra vocês que comecei a ler a Ordem da Fênix e, até agora, é o livro que eu menos gostei da série. A leitura simplesmente não tá fluindo. Não sei se o problema é comigo, se não estou na vibe HP, mas não vou prosseguir com a leitura dessa maneira. Tô dando uma pequena pausa no desafio, mas logo pretendo retomá-lo. Nas férias, quem sabe. Mais alguém aí teve esse sentimento com o livro ou foi só eu?

Ainda falando nas minhas peripécias literárias, esses últimos meses foram produtivos. Não li muito em quantidade, mas em compensação só li livros bons (com exceção). Cheguei até o quinto volume de HP, comecei a ler Fortaleza Digital (tô decidindo ainda se tô gostando ou não), li Clube da Luta (que virou um dos meus livros favoritos de todos os tempos, assim como o filme), Tempo de Vôo para Lugar Algum que foi o primeiro livro do Bukowski que eu consegui comprar... E estou terminando de ler O Hobbit. Tô apaixonada, gente. Eu, que sempre tive preconceito com a história e tinha jurado pra mim mesma que eu nunca ia ler e/ou gostar da história, estou totalmente envolvida com o livro e cheguei até os dois últimos capítulos, mas não quero lê-los para que a história não acabe. Simplesmente me nego a acreditar que vou acabar de ler. Vou ficar de luto por um bom tempo. Pressinto o vazio que vou sentir. É claro que tem o Senhor dos Anéis etc, mas gente, vocês não sabem a sensação maravilhosa que eu tive ao me envolver com o livro - pois não estava esperando NADA dele. Enfim. Eu supero. Agora quanto à exceção vocês já sabem, foi O Lado Bom da Vida. Eu esperava tão mais do livro. Já comentei sobre ele no último post, então, nem vou me prolongar.

Assisti alguns filmes e gostei de todos que consigo me lembrar. Nenhum novo, adianto, mas eram aqueles que a gente sempre quer assisti mas nunca rola, sabe? Eu simplesmente fiz aparecer o momento oportuno e assisti os quatro filmes do Hannibal, assisti Factótum, Django Livre, Garota Interrompida, Clube da Luta, Apenas o Fim, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O Lobo de Wall Street, A Rede Social, Lembranças, acho que só. Indico todos pra vocês, principalmente os que estão sublinhados. São aqueles filmes que alguém tem que indicar, porque as pessoas PRECISAM assisti-los, haha.

Na minha playlist têm constado muitas músicas eletrônicas pra manter meu ânimo lá em cima (tô precisando, baterias tão quase acabando), algumas músicas das trilhas sonoras dos filmes do Tarantino (tipo Freedom - Anthony Hamilton, de Django e Miserlou - Dick Dale, de Pulp Fiction) e algumas aleatórias que ouço quando dá vontade. Arctic Monkeys, Guns, Metallica, ACDC, American Authors, Bruno Mars, Soulstripper, enfim, bem aleatórias mesmo.

Quanto à foto de abertura do post, sei lá, deu vontade de postar. Sempre bom uma dose de Bukowski, né? E a pretensão é irônica, ok? ... 

E vocês, o que têm lido, assistido, ouvido? Comentem!
Até qualquer hora!