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01 junho 2014

"Everything's a copy of a copy of a copy..."


Peço licença poética pra usar a frase-título do post e esse gif de Clube d* **** em um contexto totalmente diferente do que eles foram inseridos no filme e no livro. Acontece que eu não conseguia pensar em nada que descrevesse melhor o assunto que eu vou tratar nesse texto, então vamos lá.

Dia desses eu estava conversando com uma colega sobre relacionamentos. Minto. Eu estava ouvindo as lamentações dela, choramingando porque o affair da vez era do tipo "não caga, mas não desocupa a moita" - os dois se gostam, ele não quer perder ela, mas não quer assumir um relacionamento sério. E isso me fez pensar um tanto até que parei de colocar panos quentes sobre a situação e mandei a real pra ela: segue o lema da OLX - e da Isabela Freitas também, desapega! Cai fora. Não que ela tenha o seguido o conselho, mas a minha parte eu fiz. Porque se a gente for parar pra analisar, não precisa ser nenhum Freud pra perceber que as relações, as pessoas, em si, são a cópia, da cópia, da cópia... Como num ciclo vicioso, relacionamentos começam e terminam todos os dias pelos menos motivos. Sempre. E as pessoas parecem não se dar conta disso.

Até porque relacionamentos são simples em sua essência, o complicado são as pessoas. Infelizmente, os relacionamentos são feitos de pessoas e é isso que ferra tudo. É claro que não dá pra generalizar, de forma alguma, inclusive acredito naquela teoria de que o meio em que vivem muda as pessoas, mas acredito também que se você pegar umas três experiências amorosas aleatórias - sejam suas ou de terceiros - todas elas terão os mesmos ingredientes e, possivelmente, os mesmos motivos pelos quais não deram certo. As pessoas mudam de nome, de endereço e de aparência de uma pra outra, mas o que não muda são as questões internas e a forma como se relacionam com os outros. 

Onde eu quero chegar com tudo isso? Bom, talvez você já tenha se deparado com alguma situação em que pensou "puts, parece que eu já vi esse filme antes", certo? Quer saber uma coisa? É bem possível que, de fato, você já tenha visto mesmo ou até mesmo vivido aquilo de forma indireta. E o que eu não entendo é como, sabendo de tudo isso, a gente ainda insiste em quebrar a cara. Errando de novo, e de novo, e de novo. Como uma eterna cópia da cópia...

Agora sou obrigada a jogar as cartas na mesa: a gente se fode porque quer. A gente insiste numa relação sem futuro porque quer. A gente não muda e persiste no erro porque quer. Porque nós sabemos, no fundo, que as pessoas são todas iguais e, mais ainda, sabemos que geralmente elas não valem à pena. Não me chamem de pessimista, porque é a mais pura verdade. Pouquíssimas são as pessoas que nos acrescentam alguma coisa. Mas como já dizia Bukowski, "o problema é que tenho que continuar a me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar esse computador, se eu quiser dar a descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir a minha barriga, tenho que continuar a me relacionar. Preciso dos desgraçados para as menores necessidades, mesmo que eles mesmos me causem horror." E não é isso mesmo? Ainda que sem querer a gente precisa se relacionar com as pessoas, não dá pra evitar. Mas em se tratando de relacionamentos a história muda. Amorosamente a gente se envolve com quem quer. E a gente deveria usar esse livre arbítrio de forma mais consciente e escolher a pessoa certa, só pra variar. 

Você já deve estar dando uns tremeliques aí na sua cadeira e pensando "ela tá ficando louca, só pode, como é que eu vou escolher de quem eu gosto? Eu não mando no meu coração!" e eu nem vou discordar porque isso é bem verdade (não a parte que tô ficando louca, ah, vocês entenderam). Mas a questão não é escolher por quem se apaixonar, sim escolher com quem se relacionar

Voltando ao causo que citei no início do texto, minha colega sabe exatamente que essa relação não vai dar em nada, mas mesmo assim continua insistindo (lembrando que ela tem histórico de desilusões amorosas nesse sentido, já deveria estar expert em prever quando um relacionamento não tem futuro, enfim). E eu nem vou ser aquela pentelha que, quando tudo dá errado fala "eu avisei...", juro, mas... Que eu avisei ninguém pode negar. Então acho que todo esse texto pode se resumir nisso: tenha um mínimo de bom senso antes de escolher com quem se relacionar. Conheça bem a pessoa e já no primeiro mau sinal, caia fora. Assim mesmo, sem olhar pra trás. Escolha bem, seja crítica e racional. Isso evitará muitas desilusões e o chororô posterior. 

Seguindo esses conselhos, você pode muito bem passar a vida sem encontrar ninguém com quem queira se relacionar, já que você vai estar refinando melhor as pessoas e a maioria delas simplesmente não vale à pena. Mas quando você finalmente encontrar alguém e perceber que sim, tem futuro, que vocês acrescentam algo um ao outro e que as borboletas no estômago são correspondidas, tudo passará a fazer mais sentido. 

Outro aspecto que vale ressaltar é: aprenda com seus erros. Os relacionamentos são cópias de cópias (sim, vou bater nessa tecla até o fim), então use antigas decepções para aperfeiçoar futuras relações. Porque, como eu já disse, a gente se fode e insiste no erro porque quer, então vamos nos conscientizar, né?

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Eu tento fazer um texto reflexivo e acabo caindo sempre no tom de auto-ajuda, mas esse é um assunto que eu vinha pensando bastante a respeito e acredito que é algo tão simples, mas que demoramos muito pra perceber. E essa demora nos custa tempo, empenho e energia que poderia ser gasta com tantas coisas mais úteis, como ler os meus textos e tal. Enfim. Reflitam sobre isso e venham me contar suas conclusões nos comentários.

Até!

6 comentários:

  1. Invadi aqui através do blog da Cacá (a life less ordinary) e adorei esse post. Disse tudo. Não deu pra ler tudo ainda porque estou no trabalho, mas o que consegui ler até agora é o resumo das relações contemporâneas e, a bem da verdade, o resumo da minha última relação. Fiquei CINCO MESES numa lenga-lenga com uma pessoa que me tratou tão bem quanto papel higiênico. Falei que gostava muito dele e mesmo assim ele cagou. Mas largar o osso que é bom, na-na-nã! Era whats, era mensagem, era telefonema. Até que ele ficou duas semanas na puta que pariu e depois resolveu dar o ar da graça. Ligou. Recusei a chamada. Ele me chamou de idiota por mensagem. Não respondi. Não liguei mais.
    Me convenci de que ele só era aceitável na cama. Mas pra essa finalidade o mercado tá cheio. Nem pra amigo ele serve.
    Falando em amigo, estou há sete meses com uma amizade indo pras cucuias...
    Enfim. Curti o teu blog.

    Beijão!

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    1. Essas relações são as que mais vemos hoje em dia, né? Pior é quando nós sabemos que não é saudável, mas depositamos todas as nossas vontades sobre outra pessoa e passamos a idealizá-la com características que nós queremos ver, mas que ela não tenha, necessariamente. Fico feliz que você tenha conseguido se desvencilhar disso, pois essas relações não nos acrescentam em nada, só nos trazem pra baixo e fazem a gente perder tempo.

      Curti teu comentário e a visita. Volte sempre! Beijo.

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  2. Cara! Que ódio!! Tô uma semana desatualizado no seu Blog, pelo simples fato de que, desde que você trocou de endereço, ele não aparece mais nos meus feeds. Bem, agora é recuperar o tempo perdido. Vou lendo com calma e comentando, mas prometo ficar em dia.

    P.S.: Este comentário é pré-leitura. Vou precisar comentar de novo assim que terminar.

    Bjs
    ;*

    O Pierrot Mal Amado

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    1. Eu te mandei o link no blog, não visse?
      Tava sentindo tua falta mesmo, achei que tinha me abandonado, ahuahuahu. Enfim.

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  3. Só você pra me fazer rir lendo um texto de Blog, cara!
    Quem é você, afinal? Uma espécie de John Green de saia? Adorei!
    Incrível como você consegue fazer um assunto tão falado se tornar único.
    Essa história de relacionamentos que dão errado é antiga mesmo e eu admito que prefiro aprender com os erros alheios.
    E me considero (de certa forma) um sábio por isso, desde que ouvi o seguinte provérbio chinês:

    "O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros".

    O fato é que tem gente que gosta de curtir a tristeza.
    Eu não sou mais desses e discordo piamente da afirmação: "A gente não escolhe de quem gosta", porque escolhe sim. Por mais que seja difícil e que, talvez, demore muito tempo para que a paixão se esfrie e se torne em indiferença, mas é melhor do que sofrer como tanta gente. O ruim são os pontos colaterais. Mas esses eu prefiro não comentar.

    Bjs ;)

    O Pierrot Mal Amado

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    1. John Green de saia, gostei! UAHUAHUAHUAHU Tem gente que vai levar isso como um insulto, mas né, sou apaixonada pelo Tio João, dá cá um abraço <3

      Essa de aprender com o erro dos outros, puts, se encaixa tão bem com o que eu tenho vivido. Eu, que nunca fui de seguir meus próprios conselhos, tô seguindo e ta dando certo hauhaua.

      Adorei teu comentário! Muita verdade!!!!!

      Obrigada pela visita!! Beijo!

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