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05 agosto 2015

Escrevendo sobre não escrever


Semana passada eu tive que fazer uma atividade para a matéria virtual obrigatória que estou cursando esse semestre e enquanto a maioria dos meus colegas resumiu superficialmente suas ideias em um único parágrafo de três linhas, eu me permiti desenvolver uma dissertação com direito a introdução, desenvolvimento e conclusão. Três parágrafos, no mínimo. Isso me fez lembrar dos tempos de colégio: enquanto todos faziam beicinho pras avaliações feitas em forma de redação, eu sempre achei o máximo. Era minha garantia de que tiraria uma nota boa porque eu sempre tive essa facilidade em lidar com as palavras e acho que esse é um dos maiores motivos pelos quais esse blog existe até hoje. Fazendo odonto, esse é o jeito mais prático de exercitar o hábito da escrita - além de responder os fóruns da matéria virtual, é claro. 

Mas acontece que apesar de ter uma facilidade incrível em escolher as palavras e juntá-las num texto, às vezes me sinto esgotada. O dilema de todo "escritor" é esse, acredito eu. Existem períodos de total falta de criatividade, aqueles momentos em que, se escrevesse à mão, se refletiriam na cena mais clichê do cinema: várias bolinhas de papel amassadas em cima da escrivaninha, jogadas pelo chão e mais um punhado transbordando pelo lixo. É assim que estou me sentindo agora. Esgotada.

Faz tempo que não escrevo nada que me agrade. Aliás, faz tempo que eu não escrevo nada. Costumo abrir o rascunho aqui do blog e começo a desenvolver algumas ideias, mas não consigo levá-las adiante. Acabo apagando tudo pra começar do zero na próxima vez. Só que essa próxima vez nunca chega. 

Dentre tantos os assuntos sobre os quais posso falar, acabo ficando sem saber qual escolher, porque é preciso estar no momento certo pra escrever sobre a coisa certa. Entretanto, esse momento parece não chegar pra nenhum assunto. Confesso que me sinto meio culpada em não manter o blog atualizado porque, por incrível que pareça, existem pessoas que gostam e sentem falta de ler o que eu escrevo (também não entendo, não me perguntem o motivo), mas fico ainda mais culpada por mim mesma, por fazer parecer uma obrigação aquilo que eu deveria fazer por prazer. 

Semestre passado na faculdade foi puxadíssimo e esse parece que seguirá o mesmo ritmo, embora eu tenha alguns períodos da semana livres. Vou tentar aproveitar esse tempo pra escrever alguma coisa que não reclamações sobre não conseguir escrever. Prometo que o próximo post será sobre um assunto decente, mas só queria lembrá-los da minha existência e dizer que não os esqueci. Ainda tô por aqui e com um milhão de ideias na cabeça. Só preciso conseguir passá-las pro papel. Ou, nesse caso, digitá-las no computador. 

Então é isso. A gente se vê. 

10 comentários:

  1. Sabe que eu tava contigo nessa, Brendha? Esse ano eu mal escrevi, porque estava sentindo essa mesma dificuldade de passar as coisas pro ~papel~. Nem a página do blogger eu gostava de abrir mais porque me sentia culpada. Aí resolvi participar do BEDA pra me OBRIGAR a tentar escrever, e embora não saia com qualidade muito boa, ao menos consigo escrever algo, o que já me agrada muito.

    Então tira teu tempo que a gente vai tá aqui quando tu voltar.

    Beijos!

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    1. Sabe que até cogitei participar do BEDA, mas essa ideia logo desapareceu quando percebi que não teria assunto nem pra primeira semana. Mas tô vendo muita gente participar e vi que tu resolveu entrar nessa, o que me deixou hiper animada. Adoro saber que vou ter post novo nos blogs que acompanho <3

      Aliás, boa sorte, que tu consiga inspiração!

      Beijo, Ana.

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  2. Nossa, posso entendê-la perfeitamente... Perfeitamente o suficiente para dizer: "Tudo bem, a inspiração virá (sempre vem) e fluirá para o papel melhor do que nunca!"

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    1. Simmm! Isso é o que me anima, Lari. Saber que é tudo fase. Uma hora passa e os textos começam a fluir novamente. Aguardo ansiosamente.

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  3. Ei Brendha :)
    Acho que todo mundo que escreve te entende.. a gente vive intercalando as boas safras quando as fases sem inspiração nenhuma, e é desesperador, né?
    Boa sorte!

    Beijos

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    1. Às vezes a gente tá passando por uma situação ruim e percebe que não estamos sozinhos no mundo. Todo mundo passa por coisas ruins. É uma espécie de abraço. Me sinto menos desesperada assim, haha
      Obrigada, Analu! Beijo

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  4. nunca mantive um blog ativo por muito tempo por causa disso. Eu to numa fase de escrever muito sobre mil coisas e ir levando assim. A hora que passar não quero nem ver. O ciclo reinicia. Deleto blog, fico meses sem escrever nada e não entendo o motivo. Depois a inspiração volta com tudo. Bloqueio criativo é um saco. Eu fico tão infeliz que não consigo nem tentar escrever, simplesmente ignoro essa forma de comunicação até sentir que passou a falta de vontade.
    Se as ideias já estão surgindo, é meio caminho andado :)

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  5. Brendha, sempre tenho isso, tanto é que meu blog normalmente só tem um post por mês, normalmente acontece de eu ter muitas ideias, mas não conseguir colocá-las no papel, o que é meio desesperador mesmo. Mas passa, tanto é que agora to participando do beda pra me obrigar a escrever e to adorando. Então, toma um tempo pra ti, e depois volta que estaremos aqui te esperando. Beijoss

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  6. Eu tenho isso sempre, da a mão aqui!
    Eu gosto muito da sua forma de escrever, e quero que você goste dela tanto quanto eu, então jamais a faça por obrigação, deixa a rotina pra real life <3

    Novembro Inconstante

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  7. Você escreve lindamente bem :) me identifiquei tanto!

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