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15 março 2015

Minhas Prioridades Cinéfilas

Esse poderia muito bem ser um post com indicações de filmes no maior estilo "cinema pipocão" pra qualquer um que busca apenas entretenimento, não fosse eu a louca dos filmes aleatórios. Acontece que desenterrei algumas pérolas pra assistir e no meio dessa mistureba tem comédias, westerns, dramas, etc, portanto, se você estiver pensando em pegar alguma indicação pra assistir, teje avisado. Os filmes listados a seguir representam as > minhas prioridades < cinéfilas pros próximos meses, sem intenção alguma de agradar a todos os públicos e, detalhe importante, sem estipular um prazo pra cumprir minhas metas. De qualquer forma, sinta-se convidado a embarcar nesse aventura comigo.

Pra quando eu estiver com a paz de espírito necessária pra não pensar em suicídio
Réquiem para um Sonho (2000)

Pra quando eu jogar uma moeda pro alto e acertar ela com minha arma imaginária
Os Brutos Também Amam (1953)
Por um Punhado de Dólares (1964)
Por uns Dólares a Mais (1965)
Três Homens e um Conflito (1966)

Pra quando eu quiser por o pé na estrada
Rain Man (1988)
Na Natureza Selvagem (2007)

Hannibal Lecter approves
Precisamos Falar Sobre o Kelvin (2011)

Pra assistir babando pelo James Dean
Juventude Transviada (1955)


Por motivos de: Bette Davis 
A Malvada (1950)

Porque gosto do título ou porque me desperta algum sentimento bom
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios (2011)
Frances Ha (2013)
Inquietos (2011)
Alabama Monroe (2012)

Porque não sei o que eu tô fazendo que não assisti ainda
A Outra História Americana (1998)
Taxi Driver (1976)
Trainspotting (1996)

Pra rir
The Thin Man (1934)
50 Tons de Cinza (2015)
Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo Mas Tinha Medo de Perguntar (1972)

23 fevereiro 2015

Existe vida após o Oscar

Título alternativo: chupa, Boyhood Fãs!

Esse foi o 2º ano que eu realmente assisti aos filmes indicados e esperei pela cerimônia do Oscar. Tirando alguns problemas com o receptor da minha tv que fez o favor de pifar bem quando ia começar a premiação e eu tive que esperar acabar o BBB pra acompanhar a transmissão pela Globo, oremos, tudo ocorreu nos conformes. E tive, ao final da noite, uma grata surpresa e meu momento de glória  veio coroado pelo ganhador de Melhor Filme (sobre quem falarei melhor mais adiante).

Embora eu tenha achado a apresentação do Neil meio fuén (sdds Ellen, sdds selfie, sdds pizza), meu apego com os indicados estava infinitamente maior esse ano e por isso tudo ficou com um gostinho mais especial. Além disso obrigada, Senhor, por eu não ter que acordar cedo hoje, podendo ficar na frente da tv até às 2 da manhã - e na frente do computador até às 5 fazendo esse post.

De antemão, aviso que não tô aqui pra fazer resumão dos melhores momentos nem falar quantos prêmios cada filme levou. Só vim deixar minha opinião sobre os ganhadores e como eu não fiz um post contando pra vocês quais eram as minhas apostas vocês vão ter que acreditar na minha palavra. Chega de enrolação (porque eu preciso ir dormir!!!!) e vamos ao que interessa:


Melhor Ator Coadjuvante 

Queria que ganhasse: J.K. Simmons (ou Ed Norton)
Ganhou: J.K. Simmons

Amo o Edward Norton de todo o coração e seu personagem (Mike) em Birdman está insanamente maravilhoso. Embora eu soubesse, lá no fundo, que ele não levaria essa, minha torcida ele tinha - parcialmente. O que me deixa extremamente feliz é que J.K. Simmons, o dono da outra parte da minha torcida, acabou levando. O que eu achei merecidíssmo, visto que o cara mandou muito bem em Whiplash, dando vida, suor e sangue pelo personagem (Miles não curtiu isso) e, senhor, eu terminei de assistir ao filme amando o ator, odiando o personagem, querendo assistir tudo de novo e sem unhas nos dedos. #momentos


Melhor Atriz Coadjuvante 

Queria que ganhasse: Patricia Arquette (ou Emma Stone)
Ganhou: Patricia Arquette 

Eu torcia muito pela Emma Stone, mas tinha certeza que a Patricia Arquette ia levar, o que tava considerando super cool, porque acho que ela é a melhor coisa de Boyhood. Embora a Emma tenha me deixado com o coração na mão segurando aquele Oscar de lego quando a Patricia foi anunciada como vencedora, fiquei feliz em ter acertado essa porque foi merecido! Aliás, QUE DISCURSO, que mulher! Apenas amei.

Melhor Diretor

Queria que ganhasse: Iñarritu (ou Wes Anderson)
Ganhou: Iñarritu

Se eu tinha uma certeza nessa vida era que o Linklater já podia pegar a estatueta e levar pra casa assim que saiu a lista dos indicados por motivos óbvios. Eu torcia muito pelo Iñarritu e pelo Wes Anderson, mas tinha noção de que o jogo já estava ganho pro Richinho. Agora cês imaginem onde foi parar a minha cara quando foi anunciado (com certo espanto por parte do apresentador também, de brincs, mas me senti representada naquele momento) que o cara da vez era o Iñarritu. Só conseguia olhar pra tela e sentir. NO WAY. Nesse momento eu tive que tirar o notebook do colo, sair do sofá e dar uma SAMBADA no meio da sala porque, CARACA, eu não cabia em mim de tanta felicidade.


Melhor Atriz

Queria que ganhasse: Rosamund Pike
Ganhou: Julianne Moore

Eu estava torcendo muito, muito mesmo, pela Rosamund. Ela roubou a cena em Gone Girl e levou meu coração junto. Que mulher, que atuação! Mas, infelizmente, não foi dessa vez. Eu não assisti Still Alice, mas o que pode se esperar de Julianne Moore, né mores? Nada além de fabuloso. Parece que a academia concorda.


Melhor Ator

Queria que ganhasse: Michael Keaton
Ganhou: Eddie Redmayne

Michael Keaton deu vida a um dos personagens mais perturbados e engraçados que eu já tive o prazer de conhecer. As cenas em que ele conversa com o Birdman ou então aquela em que ele sai correndo de cuequinha na rua, ou, melhor ainda, ele atirando no próprio nariz, sendo que era pra ter acertado a têmpora (há discordâncias sobre essa parte do filme, mas vocês entenderam)... Como não amar? Ele se entregou, realmente, pro personagem e embora tenha representado uma versão caricata de si mesmo, conseguiu mostrar várias camadas (atuar maravilhosamente bem uma cena em que seu personagem está atuando mal) e era minha aposta. Infelizmente, errei essa também. E quem levou a estatueta foi o Eddie que foi super elogiado pelo seu papel, mas eu não vou dar pitaco antes de assistir ao filme. 

Ps: eu queria muito assistir A Teoria de Tudo antes do Oscar, mas fiquei com os dois pés atrás porque assisti há pouco tempo outro filme sobre a vida do Stephen Hawking (assistam aqui) em que o Benedict Cumberbatch interpreta o físico de maneira magistral. Não que eu ache que o Eddie não mereceu, mas ainda tenho a imagem do Ben na minha cabeça. Cês me entendem, né? Preciso assistir ao filme pra ver se me convenço de que essa premiação foi justa.

Melhor Filme

Queria que ganhasse: Birdman
Ganhou: Birdman

Apesar de eu não ter gostado tanto assim de Boyhood, eu tinha certeza absoluta que ele ia levar a estatueta pra casa. Bem verdade que as opiniões estavam divididas entre ele e Birdman, mas, vocês sabem, Boyhood tinha muito mais cara de "filme que a academia gosta de premiar". No final das contas, eu torcia por Birdman, que acabou levando, e fiquei infinitamente surpresa e feliz por isso. O que me resta agora, além dos sentimentos bons, é um arrependimento por ter apostado que Boyhood seria o escolhido em todos os bolões do Oscar que participei. Isso que dá não votar com o coração.

Menção honrosa para os prêmios artísticos dados para O Grande Hotel Budapeste, que mereceu todos, e àqueles que torciam por Boyhood fica a mensagem: tem outros prêmios, a vida segue (hehe). Além disso, o que foi aquele discurso do Graham? Ele proclamou "stay weird, stay different" e essa frase já virou meu lema pra vida! 

Depois dessa temporada exaustiva que precedeu o Oscar (e depois de ter ficado meses ansiando por esse momento), agora só posso esperar os memes que a internet - ah, a internet - vai trazer e me recompor porque no ano que vem tem mais! 

Pra finalizar gostaria de pedir que Ellen, volta, porfa! O Neil com essas piadinhas de professor de matemática (nada contra) não ornou!!!!! O ponto alto dele na noite foi fazendo cosplay de Riggan usando só cueca branca e um par de meias e nem assim eu consegui fazer mais do que esboçar um sorriso - ri mais quando vi os comentaristas do twitter indignados com a derrota de Boyhood pra Birdman, bem verdade.

E de tudo isso me resta uma constatação: não parece, mas existe, sim, vida após o Oscar. Resta descobrir como vivê-la.

18 fevereiro 2015

Aquele sobre o longa que poderia ser um curta

a evolução do emo gótico 
Pra ler ouvindo: Hero - Family of the Year

No começo do ano passado, em abril, eu li, pela primeira vez, uma matéria sobre o filme que representava "uma nova experiência cinematográfica". Esse mesmo que foi filmado ao longo de 12 anos com os mesmos atores e que hoje está na lista de favoritos de muita gente. Na época, fiquei super empolgada com a ideia e senti cada parte do meu corpo arrepiar durante os poucos minutos do trailer. Fiquei querendo mais. Os meses de espera até sua estreia (outubro do mesmo ano) foram torturantes e volta e meia eu me pegava assistindo novamente ao trailer (ou deixava "Hero" no repeat) só pra sentir aquela sensação boa me invadir novamente e tornar a espera mais agradável. Até que o filme estreou e eu fui assistir.

Hoje não é novidade pra ninguém que o filme sobre o qual eu falo é Boyhood e a ideia ambiciosa do diretor Linklater, que era uma aposta incerta com um risco financeiro enorme, acabou se tornando um grande sucesso. A obra ganhou reconhecimento e está concorrendo a várias categorias do Oscar - inclusive com grandes chances de levar a estatueta mais cobiçada da noite (de Melhor Filme) pra casa. Acontece que o que era pra ser uma revolução no cinema acabou se tornando um filme "ok" que se não fosse por todo esse marketing de ter sido produzido em 12 anos não seria nada extraordinário. Isso é a minha opinião, é claro, mas se você concorda ou simplesmente quer saber mais sobre o que eu acho é só continuar lendo caso contrário, não tenha medo de usar o X vermelho lá no canto direito da sua tela.

Como gosto de introduções gigantescas e sempre dou um contexto pra vocês, acho super válido dizer que a inspiração para esse texto surgiu enquanto eu assistia ao vídeo que a Anna usou pra ilustrar seu post sobre os filminhos do Oscar. Nele, a Patricia Arquette aparece recebendo o Globo de Ouro das mãos de Jesus ao som de Hero e esse fundo musical me fez lembrar da primeira vez que assisti ao trailer. Toda a historinha narrada no começo desse post me passou diante dos olhos e logo lembrei das expectativas altíssimas que nutri durante meses, lembrando também o quanto eu achei o filme decepcionante, arrastado, entediante e chato quando finalmente tive a oportunidade de saboreá-lo. Toda essa cadeia de eventos me deixou querendo escrever sobre isso pra finalizar, portanto, a minha saga com Boyhood e também pra poder apenas enviar esse post pras futuras pessoas que vierem me questionar porque eu não gostei do filme - cheguei num ponto que não aguento mais explicar isso individualmente, e a birra com filme só faz aumentar.

Um detalhe importante: quando fui pesquisar a matéria pra linkar pra vocês nesse post, reassisti ao trailer e me arrepiei DE NOVO. Concluí, portanto, que Boyhood poderia ser resumido a seu trailer. Assim, eu teria gostado. 

Eu falei no parágrafo acima que Boyhood poderia ser só o trailer e sei que isso soou meio exagerado da minha parte mas é a mais pura verdade. Ao longo trailer eu consegui sentir mais empatia pelo Mason e sua família do que senti assistindo ao longa. Muita gente se identificou com o menino por causa das suas descobertas, seus problemas, momentos de rebeldia mason emo gótico, coisas comuns que todos nós passamos ao longo da vida, mas pra mim pareceu apenas um recurso preguiçoso do diretor e sua equipe - não algo empático, de fato, como deveria ser. 

Embora tenha sido super inteligente usar uma família desfuncional - que faz muito mais pessoas se colocarem no lugar de qualquer personagem - não acho bacana apelar pra esse tipo de sentimento do expectador. Uma palavra que define bem Boyhood é: APELAÇÃO. Pois aqui vai outro exemplo: falar sobre determinado desenho animado que passava na época que aquela fase da vida do Mason foi filmada e agora nos despertar nostalgia, lembrando de como foi nossa vida naquela época. O mesmo pras músicas e alguns acontecimentos do mundo pop no geral. Um exemplo mais palpável ainda: mostrar a febre que foi HARRY POTTER logo no seu lançamento. Apelação total, só não enxerga quem não quer. Eu sei que foi dificultoso, ao longo de 12 anos, gravar e manter uma linearidade e coerência no enredo, na narrativa em si, mas era muito fácil pegar um elemento forte que estava acontecendo no mundo naquele momento e usar como trunfo para cair nas graças do público anos mais tarde. Como o André disse e eu tomo a liberdade de parafrasear: "Foram coisas do acaso. Um reality insosso."

Nesse sentido, Boyhood só funciona pra quem aceita participar do filme com suas próprias memórias e acaba se tornando uma grande máquina de forçar nostalgia. Parece que os personagens são todos genéricos, assim como as situações e os dramas cotidianos, que foram sendo encaixados de forma a apelar pras emoções de quem assiste. Como se "só" o fato de acompanhar a evolução dos personagens, dos atores, do mundo, enfim, bastasse. Como se não fosse necessária uma trama envolvente ou algo que prendesse a atenção do expectador...

Sendo totalmente parcial: eu, particularmente, gosto de personagens diferentes, interessantes, que me fascinem e despertem a minha curiosidade em acompanhar sua vida, conhecê-los melhor, enfim... Gosto de simplicidade, sim! Gosto de ver um filme contando uma história que poderia muito bem acontecer na vida real, sim! Mas Boyhood não tem personagens cativantes o bastante pra isso. Se é pra narrar nas telonas uma vida comum, que seja uma vida comum de ALGUÉM INTERESSANTE, ora bolas.

Achei os diálogos naturais demais num sentido ruim, as cenas muito paradas, um marasmo só e os dramas... SO BORING. Achei o filme todo um saco! O Ethan Hawke parecia estar com preguiça de atuar (também, não o culpo, porque que historinha mais chata!!!) e quem merece menção honrosa é a Patricia Arquette que, apesar de interpretar uma personagem com decisões totalmente questionáveis etc, fez o melhor que pode diante da roteiro que tinha em mãos e entregou uma atuação maravilhosa - merece o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, mas minha torcida ainda vai pra Emma Stone, enfim, isso é assunto pra outro post.

Em suma: posso dizer que não me senti desafiada em nenhum momento, e eu gosto de filmes que me tirem da minha zona de conforto, coisa que Boyhood justamente parece desestimular.

Pra finalizar, admito que 1. eu estava com expectativas altas demais e talvez por isso eu tenha me decepcionado tanto; 2. tomei birra do filme - e sei que esse é um motivo totalmente infundado pra não gostar de algo mas eu levo em consideração, me julguem; 3. de forma geral, o filme não me tocou. Eu realmente não sei se foram os atores que não me convenceram, o enredo que não me chamou a atenção ou a falta que eu senti de ser desafiada intelectualmente... Talvez tenha sido a forma como senti minha inteligencia insultada ao ser empurrada pra uma apelação atrás da outra ou eu simplesmente esteja falando besteiras... O caso é que termino esse texto da mesma forma que comecei: insisto pra que vocês ouçam Hero, assistam ao trailer e você aí que, assim como eu, não gostou do filme como um todo... Imagine que ele é só o trailer. E escreva sobre isso, por favor, tô cansada de sofrer bullying e me sentir sozinha por não fazer parte da panelinha "Boyhood Fãs".


P.s: eu tinha colocado o trailer original no fim desse post, mas uma amiga me enviou essa versão honesta e eu fiquei rindo durante muito tempo e só pude fazer uma coisa: concordar com cada piada que, de fato, tem fundamento. Divirtam-se!