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02 fevereiro 2015

Sobre a paz e as reflexões que ela me inspira

beach.
     
Pra ler ouvindo: The Nights - Avicii
"Make memories we knew would never fade..."

Eu gosto de mudanças. Gosto muito, principalmente quando as coisas estão estagnadas de tal forma que só levando uma sacudida forte dá pra ajeitar tudo o que está fora do lugar - ou bagunçar ainda mais, pra arrumar tudo depois. Em contrapartida, também amo aquela sensação de segurança que bate quando parece que tudo está como deveria estar. A constância de alguns momentos, lugares e/ou pessoas me fazem sentir segura e embora eu odeie a rotina com todas as minhas forças em algumas situações, em outras me agarro à ela como a Rose se agarrou aos destroços (e às lembranças) do Titanic. Às vezes é preciso um boia pra se segurar no meio desse oceano agitado que é a vida. E tenho tido uns (muitos) momentos assim, que estão me fazendo sentir grata, feliz e, consequentemente, muito inclinada a escrever.

Eu não tinha parado pra pensar em como tudo está assim - como descrito no parágrafo anterior - até ontem à noite, quando a inspiração para esse texto surgiu durante uma caminhada à beira-mar, com uma pessoa cuja companhia muito me agrada. Assim que cheguei em casa, me peguei pensando em como tudo aquilo parecia uma cena de filme - a lua cheia e brilhante iluminava nossos passos sobre a areia molhada, enquanto a água oscilava, ora molhando nossos pés, ora voltando em suas pequenas ondas para o mar - e em como tudo estava constante, desse jeito bom, seguro. Me peguei relembrando as últimas semanas e me deparando com tantas coisas maravilhosas, tantos pequenos prazeres, que eu poderia citá-los todos aqui, só pelo prazer de "vivê-los", de certa forma, por uma segunda vez.

Eu poderia falar, por exemplo, sobre a paisagem - nem tão bonita assim, mas que me traz um punhado de lembranças boas - que não canso de contemplar através da janela do carro em todas as viagens de ida e volta para a praia, ou então falar sobre os dias ensolarados que rendem banhos de mar inesquecíveis... Sobre os almoços de domingo em família, os momentos impagáveis jogando baralho, "Na Testa" e outros jogos com meus primos e amigos que sempre rendem pérolas inesquecíveis (tipo meu priminho escrevendo "Deligo, do Frozen", querendo escrever "Let It Go", e quase matar a gente tentando descobrir o que era aquilo na testa do outro primo), poderia falar também sobre essas caminhadas à luz da lua e das estrelas (como aquela que me inspirou a escrever esse texto), enfim, poderia comentar sobre todos esses detalhes, mas prefiro deixar essa lacuna pra vocês preencherem com suas próprias memórias e bagagem emocional. 

Falando sobre todas essas coisas boas, que me despertam lembranças incríveis, lembrei de uma amiga que gosta de escrever somente quando está triste. Ela precisa sempre de um sentimento ruim como faísca e geralmente a mágoa é seu ponto de partida. Eu, ao contrário disso, uso qualquer sentimento como motivação para escrever um texto. Inclusive prefiro os momentos bons, pois quando eu invento de reler o que eu escrevi, vou lembrando o que estava sentindo naquele momento e, de alguma forma, consigo resgatar uma porcentagem de felicidade daquele texto. Por isso estou escrevendo agora. A paz que estou sentindo é tão grande e vem junto com uma série de sentimentos igualmente poderosos e revigorantes, que eu não posso simplesmente deixar isso passar em branco, preciso registrar. 

Daí que exatamente daqui um mês começam minhas aulas e minha vida vai voltar a ser uma bagunça. A faculdade vai estar mais frenética do que nunca, vou ter muitas aulas, muita coisa pra ler, estudar, aprender... E nem toda a organização do mundo - que estou tentando colocar em prática desde já, mas está fail - vai conseguir manter tudo isso nos eixos. 

De certa forma, até gosto desse caos que é a faculdade, porque, como eu disse no início do texto, eu gosto de mudanças e bagunças que chegam para nos tirar do marasmo. Entretanto, hoje eu só quero aproveitar essa paz. E o amanhã, que ainda não me pertence, vai ser igualmente bem vindo e vou aproveitá-lo ao máximo, seja ele como for.

13 comentários:

  1. Ei, Brendha. Sou bem assim também, adoro essa sensação de paz que enche a gente quando os momentos parecem perfeitamente plenos e tudo parece correr bem. Eu não sabia bem definir essa sensação, mas agora chamo de 'me sentir infinita' (aprendi com Analu e Perks <3). E é exatamente isso mesmo, como se a gente não tivesse limites, o mundo fosse a gente e a gente fosse o mundo. É bom demais da conta, vivo por esses momentos.

    Mas concordo com você que essas chacoalhadas na nossa vida também são sensacionais, mesmo que causem desconforto. Isso eu só aprendi em 2014. Desde então eu estou buscando mais e mais momentos do tipo, porque é tão fácil cair na rotina e se acomodar, né? E eu não quero isso pra minha vida, quero crescer.

    No fim das contas, acho que o segredo é a mistura. Se a paz fica por tempo demais, ela acaba banalizando e o infinito não é mais tão infinito. Se os chacoalhões vêm todos de uma vez, eles comem a gente e esgotam as nossas forças. O bom mesmo é um depois do outro, se misturando, e aí a gente pode aproveitar os dois lados.

    Infelizmente não pude ler seu texto ouvindo a música porque estou no trabalho, mas pode deixar que eu captei o ~feeling~. Vou te seguir no instagram porque sim :)

    Beijos <3

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    1. Simmmmm, exatamente isso! "Se sentir infinita", verdade, faz todo o sentido do mundo. Vou passar a usar a expressão também, ok? uahuahuahua

      Verdade! Acho que com tudo na vida é assim, né? Já dizia a minha avó: tudo o que é demais enjoa. Até mesmo esses "momentos infinitos" deixariam de ter essa sensação maravilhosa se fossem constantes. Assim como os baques da vida, que são necessários às vezes, mas não sempre, por favor, uhauahuahua

      Beijoca!

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  2. P.s. Cada vez que eu venho aqui o visual tá diferente ou é impressão? Mas gostei! (Também não sei sossegar o facho.)

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    1. Eu tô tentando (desde que criei o blog ~digasse de passage~) achar um layout que eu goste. Nunca consigo. Dai fico nessa de trocá-lo infinitamente, porque sempre vejo um defeito ou outro. Eu tinha a mania de querer trocar o nome do blog também, mas agora é P.A. e não abro. Mas a carinha dele... Meu Deus, é sempre um parto pra sossegar 1 mês com ele igual. AUHAUHUAHUA

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  3. Brenda, eu sou exatamente como você, gosto da bagunça, do ritmo frenético e de mudanças (apesar do medo que elas também me causam, mas quem nunca) e apesar de serem maravilhosos esses momentos de paz que, por um período de tempo, parecem infinitos e inspiram textos maravilhosos como esse, se a vida fosse feita apenas deles, tudo acabaria ficando meio monótono.
    Acho que o equilíbrio entre as duas coisas que é o mais importante, quando sabemos aproveitar cada um desses momentos. Minhas aulas também começam daqui um mês e se por um lado eu já estou com saudade das minha férias e do tempo livre, por outro mal posso esperar pelas novas experiências e pessoas.
    A gente tem mais é que aproveitar o melhor de dois mundos, né? (disse Hannah Montana hahahah parei.)

    Beijo!

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  4. Que texto bonito! Eu também gosto de sentir uma paz assim, e acho que atualmente ando meio que sentindo isso, é muito bom. :) Mas eu sou mais ou menos como a tua amiga, também me sinto mais inspirada pra escrever quando tenho algum sentimento ruim que tenho que botar pra fora...

    Beijos.
    Nighght

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  5. Também gosto de quando bate aquela segurança que faz a gente respirar aliviada. Deligo hahahahaha! Eu tenho um meio termo entre escrever quando tá em um momento bom ou em um momento ruim, mas preciso confessar que os meus melhores textos saem de um momento ruim, parece que sai um peso das minhas costas quando escrevo sobre. Também gosto dessa correria que tem na faculdade de uma certa forma, porque eu estou aqui as férias todas apenas no computador, escrevendo posts e respondendo comentários e fim, sabe? Não tem nada acelerado, tá tudo andando beeeem calmo. Também sou como você, de registrar um pôr do sol ou uma bela vista da praia, adoro! Estou te seguindo no Instagram ;)

    Beijos!
    www.likeparadise.com.br

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  6. Ah, gostei da música que você escolheu pra gente ir lendo e ouvindo. Não conhecia ainda essa do Avicii e gostei :D

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  7. Quase um equilíbrio, eu não sei mais como é me sentir assim '-' Ando em tantos extremos, acho que é a falta da faculdade IUQWHIDUHIUWQIUQWD Sabe? Como tu comentou, o caos e tal, não sou chegado em mudanças muito amplas, mas gosto das pequeninas, me agradam, se bem que cada um tem esse dom maravilhoso de interpretar e apreciar cada coisa ao seu modo. Foi legal ler sobre essa avalanche de coisas aleatórias rs

    Passe bem :**

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  8. Gente, que texto!!! Adorei! Adorei quando falou que a vida é um oceano agitado (e que precisamos de uma boia) porque é isso mesmo, ahahah!
    Beijos e fique com Deus!!
    Batom de Framboesa

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  9. Essa música que você escolheu pAra escutar lendo é perfeita, sobre o texto eu adorei,precisamos de uma boia senão nos afogamos
    Eu criei um blog a pouco tempo, se tiver interesse e quiser passar lá vou ficar muito feliz! Verbalizarse.wordpress.com

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  10. A única coisa que me veio a mente lendo seu texto é que não lembro a última vez que me senti assim.
    Acho que algumas coisas precisam ser mudadas por aqui rs.

    Novembro Inconstante

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  11. Essa sensação que descreveu tão bem Brendha, não é tão frequente na minha vida como eu gostaria que fosse, mas, devo dizer que atualmente ando me sentindo mais próximo de mim, pois mudei de rumo, comecei a dar aulas de física e matemática para o Ensino Médio e me senti muito revigorado e animado como há muito tempo eu não me sentia. Por isso a importância da mudança e, principalmente, da coragem para concretizá-la.

    Beijos e bom começo de faculdade.

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